quarta-feira, 17 de março de 2010

Dez

Estava sentado no barco enquanto fazia um zapping no meu mp3. Sei que passei muitas músicas, muito depressa. Até que parei numa, que ultimamente tenho passado sempre à frente. Porque razão ouvi-la agora? E de facto a vida é uma "coisa" engraçada...procurei eu tanto tempo e com tanto afinco por uma frase, e hei-la. Mesmo sem muita vontade, esbocei um sorriso. Todos nós temos, ou deveríamos talvez ter, algo que nos "fortifica" ou que nos "ilumina", e é isso que para mim certas 'ferramentas' servem, para me colocar num lugar melhor. E sim, terei sempre dentro de mim algo que me incita a me elevar, a uma elevação. Por momentos esqueci-me de quem era e daquilo que fiz por ser. Esqueci-me de algo que já sou há muito tempo e que tem feito de mim um ser humano mais completo, quer no que toca a mim próprio, quer nas relações que cultivo. E precisei de ouvir uma música, que ficou presa por alguma razão, para me recordar.
Somos seres incompletos, não tenho qualquer dúvida. E fui pensando nisto, enquanto estava no barco, tentando encontrar certezas, para um mundo tão (simples) complicado, tentado arranjar soluções para mim e para o resto do mundo. Às vezes gosto de pensar um bocado mais além da rotina, seja ela boa ou má.
Voltei por momentos a mim mesmo. Outra vez sério. Pensativo sem alegria de sentimento, apenas pensativo. E ouvi devagar, como se fosse a primeira vez, com se fosse a última, como se a minha vida naquele momento não tivesse mais nada além da canção: "over thinking, over analyzing separates the body from the mind.
Withering my intuition leaving opportunities behind.
Feed my will to feel this moment urging me to cross the line.
Reaching out to embrace the random.
Reaching out to embrace whatever may come." Neste mundo só estamos sozinhos se assim o quisermos, entre outras coisas. Continuarei mais tarde, noutro sitio.

1 comentário:

Joana disse...

Às vezes perdemos o rumo do nosso caminho e precisamos de incentivo, chamamento ou ajuda de uma música, de uma pessoa ou paisagem para voltar a encontrá-lo.
Acho que está a tocar a perfeição, continua! :)
«Somos seres incompletos, não tenho qualquer dúvida» Nem eu, no entanto tu estás bem perto de ser.