segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Suspenso

Foi com carinho que escrevi à volta de oitenta textos. Foram o mais puro reflexo da minha vida, sem exagero de poeta. No entanto chegou a hora do seu fim. E fim é uma palavra forte, talvez demasiado definitiva para algo tão especial. A verdade é estou suspenso nesta matéria. E duvido que a ele volte tão depressa. Deixo desta forma para trás dois blogues, muito diferentes, mas ambos importantes em diferentes fases na minha vida. No entanto continuo vivo, de forma próxima a esta Apologia do Meu Eu, em outros dois novos blogues:

apologiadomonstro.blogspot.com
e
espiralsuspensa.blogspot.com

assim como no constante versologista.blogspot.com.

A vida muda, e às vezes muda demais. No entanto ás vezes não temos como não aceitar essa mudança. Seja certa ou errada, esta para já é a minha. Obrigado a quem leu, obrigado.

Boa viagem.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Setenta e nove

Andei a adiar este momento. O momento de ir de férias deste blogue. Existem pessoas que vibram com a despedida. Eu não sou uma delas...Até porque para mim raramente uma despedida é definitiva. De qualquer das formas encontrei a música perfeita para me retirar...É reflexo daquilo que sinto, daquilo que sou. Como digo muitas vezes não tenho grande fé no Homem...mas tenho muita esperança nele. Raramente desisto das pessoas. Muito raramente. Estarei a fazê-lo agora? Julgo que não...mas o tempo vai passando...E eu sentado do outro lado do mar, sentado a olhar...É hora de me dedicar às narrativas do monstro, com empenho e "arte". As realidades passadas ainda me pesam e ainda me modificam, ainda se fazem sentir no meu ser. Ainda as tento projectar...Sou um imbecil. Não sou o pior mentiroso nem o melhor, mas sou um imbecil, à minha maneira.
E tudo o que queria dizer não o vou repetir. Já disse muito, já repeti muito, não posso dizer nem repetir mais, apesar de ser essa a minha vontade, a minha esperança. Por isso, deixo aqui esta música e canção bela...
E pronto. Não encontro mais palavras. Ou pelo menos desta vez vou deixa-las sem escrever...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Setenta e oito

Antigamente adorava o calor pois era um calor não excessivo. As pessoas saiam à rua de roupas frescas e saboreavam o sol...Mas agora já não. Um dia destes saí num desses dias doudos de 41 graus...Os autocarros levavam aproximadamente sete pessoas cada um e as ruas estavam vazias.
Desejo ardentemente que chegue o frio, o Outono e o Inverno...Quero ter frio para me poder aquecer.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Setenta e sete

A força da alma...
Direi por fim que mais nada poderei fazer. Sozinho mais nada conseguirei fazer...Por isso deixarei esse pequeno recado que já tantas vezes disse narrado no monstro...E depois, de sonhos ruídos, será a hora de me abandonar.
Mas até lá deixo aqui, outra face bela do Homem, marcado por algo que tem décadas de existência...Uma espiral mais antiga à qual retorno...
E se nos lábios tranco um amo-te, na minha cabeça acabo também por ir trancando...Mas seja como for, em qualquer lugar, pela força da alma do Homem, pela sua paz ou compreensão interior, sozinho ou acompanhado, deixo-te, e deixo-vos, Vangelis:

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Spiralout

É a segunda vez na vida deste blogue que escrevo um texto fora do contexto, com um título diferente...Arrependo-me ligeiramente da primeira vez que o fiz, pois foi um desabafo desesperado, ao que me parece pouco útil, do qual apenas duas pessoas perceberam o texto, em que uma delas fui eu. De qualquer forma desta vez é diferente. As segundas intenções deste texto são simplesmente alertar a alma, e este texto mesmo sendo exclusivamente para alguém, engloba todos.
Porque da mesma forma que acreditei na raça humana ou não, da mesma forma não acredito agora ou acredito. Porque existem coisas, que nunca mudarão. Nunca. E a crença que tenho em certas pessoas, na sua capacidade de força, não muda, nem vai mudar, nem devido a pequena derrotas...Tudo o que quero é que continuem a lutar por si próprias, se acharem que é bom para elas o resultado positivo dessa batalha. Nem que voltem a lutar por influência de outros...Mas mesmo nestes casos, que não deixem que uma derrota os pare!, nem duas derrotas...Dizem que há terceira é de vez...que seja. Que não seja. Who cares? Ninguém. É preciso lutar. Lutar faz bem à saúde, seja por alguém, seja por um exame, seja pelo que for. Somos lutadores de essência. E só peço um pouco de fé em vocês próprios. Alguns poderão pensar que estou a pedir...

I still may. and I still may.
Be patient.

I must keep reminding myself of this...

Não estou em direito nenhum de pedir seja o que for...nem de sonhar com muito mais...tenho o dever de lutar por mim e por mim apenas...
(Apesar de não conseguir, porque para o mal ou para o bem, eu sou mais do que isso...Nada posso fazer para o evitar.), por isso , tudo o que desejo, com ou sem direito,
tudo o que quero
é pedir-te:
Não desistas ainda, não desistas já,
e o apoio que prestei e que dei a conhecer
mantém-se, tu consegues,
por isso, por ti, por um pequeno extra no teu futuro (com ou sem razão de ser
neste mundo), mas por ti, para também calares essas derrotas
pequenas que se acumulam:

Não
desistas.
Não agora, não por agora, talvez nunca,
mas
não
Desistas.
Boa? Boa.

Keep going spiral out, keep going spiral out. Continua.
E pensa, em horas de mais "desespero": somehow i'll find my way home. E a espiral continua, depois de criada é deixa-la fluir.

Não desistas.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Setenta e seis

Quatro dias em voluntariado. Amanhã será o quinto...As minhas colegas dizem que tenho bom coração, que nunca lá tiveram um homem a trabalhar nem como voluntário. Talvez eu seja anormal para este mundo ou este mundo anormal para mim, o que interessa? Tenho-me sentido bem, a ajudar pessoas que se aproximam da morte, que estão dependentes daqueles que os querem ajudar...Este mundo é muito triste. E parece que quanto mais se envelhece, se tomarmos decisões estúpidas, mais triste vai ficando...

Haja o que houver eu estou aqui.

Decerto tenho muito para fazer ainda e para não fazer. E para escrever. De qualquer forma...
Qualquer coisa.
Vou tentando.

domingo, 18 de julho de 2010

Setenta e cinco

Hoje tive um sonho assustador. Estava à beira rio com três pessoas, e enquanto estávamos a caminhar ouvíamos ao longe um concerto. Cantavam músicas dos Nirvana. Quando me aproximei reparei que eram mesmo os Nirvana. Na altura fiquei contente! Como seria possível? Foi como se soubesse que aquele era o último concerto. Estavam poucas pessoas a ver. Falei um bocado com o Kurt Cobain. Disse-lhe que gostava de muitas músicas dele, e que foi uma pena ter-se morto. Depois com algumas lágrimas nos olhos pedi se podia tocar e cantar o "You know you're right". Quando começou a cantar acordei.
E não foi só isto, mas isto já foi estranho o suficiente.

sábado, 17 de julho de 2010

Setenta e quatro

Hoje é sábado...E só consigo pensar: é um dia como outro qualquer. Sim eu sei, as sombras estão a desaparecer. Sim eu sei isso. Mas pensar que é um dia qualquer...onde passa o tempo...e passando depressa ou devagar não me interessa. Queria ficar estupefacto comigo...

...E deixar de esperar...

Ainda esperas Diogo?
Já não sei. Mas queria esperar...
Sei que o meu sonho acaba tarde.
E tudo o que eu queria era não acordar.
Ou acordar para uma vida de sonho.
Faço por isso?
Ao menos tento...
E o vazio não se preenche com lágrimas. Tão pouco com nada.
É o saber ainda estar vivo que dá comigo perdido num mundo qualquer
onde a gravidade que exercia uma força tremenda
para alguns até assustadora
parece ter desaparecido...
Já não me esforço em acreditar que estou errado...
Aos olhos de Jesus deixei de ser querido...pois só
irei acreditar quando vir.

Vida estranha esta. Vida muito estranha.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Setenta e três

Segunda feira começo a fazer voluntariado num lar de idosos. Esperei algum tempo por uma oportunidade deste género. Já conheci o sitio, algumas pessoas, agora é só começar. E aguardo com alguma ansiedade positiva este dia...Depois falta-me preencher o que mais temo durante o ano...essas ditas férias gigantes. Nunca gostei muito delas. São demasiado tempo para nada se fazer...para se anda a deambular em vazios, em tédios...O sol é muito, as vontades poucas...Às vezes existe uma terrinha...outras vezes um Algarve...mas nada mais, e mesmo isso não sei se vai existir. Nunca gostei muito de calendários ou agendas...o que define um pouco a minha pessoa. E esta é a altura certa para ainda os odiar mais, porque não servem para nada...Servem sim, mas para mim são tão pouco significantes.
Que planos me podem sobrar? Voluntariado, tentar por mim próprio aprender a mexer nessa ferramenta importante na minha vida chamada AUTOCAD...será um desafio, se conseguir começar. E não sei...Esperar que chegue Outubro. Talvez arranjar um trabalho.
Talvez isto, talvez aquilo...Fazer algo de melhor para mim ou para os outros. O importante é não me entregar à morte de vida. Enfim...nada é como eu gostaria que fosse, mesmo que isso fosse o melhor para todos. Hora de sobreviver.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Setenta e dois

Durante alguns dias tenho esperado viver melhor...e de certa forma tenho conseguido. Estou longe de estar no meu melhor eu, no eu que faz pela vida futura no que toca a um futuro recheado de trabalho, no entanto as sombras...para já...estão calmas. Mas nem tudo é sempre um mar de rosas...E problemas todos nós temos. Todos. Uns maiores outros menores. Alguns que podem nos fazer pensar o que fazemos nesta vida além de sofrer, outros apenas: para onde vou e como? E hoje acabei por ter uma noite feliz apesar de confusa...Tenho de vos agradecer de certa forma...Somos C4 por uma razão. Somos amigos por uma razão. Ou talvez não, mas o que interessa?! Andei tanto tempo a afastar-me daquilo que tanto me faz falta...Sei o que procuro e a minha cabeça pouco ou nada tem estado ajustada com o meu coração. Se um funciona mal o outro não funciona melhor...E mesmo antes de ter engolido de um só golo, a algum custo, um copo pequeno de absinto, essa pequena maravilha que é temporária, senti por um minuto uma paz interior...tocava uma música, um cover qualquer dos room five, e todas as pessoas à minha volta conversavam alegres, com copos na mão...E eu caminhava, com três amigos à minha volta...E deixei-me por momentos, por sessenta segundos, ser feliz...Numa paz de fazer inveja a qualquer monstro ou ser humano...No que pensei? Em muitas coisas...E todas elas felizes...
Estou farto de matar o meu pensamento em asas algemadas. Hoje, mais do que nunca, tive a certeza que o ser humano é capaz de tanto...E todos nós podemos ser felizes...não é cliché, não é um Diogo que diz coisas bonitas só para iludir...Não. É a verdade. É para alguns uma triste verdade...Porque preferem recolher-se no horário obrigatório, de uma regra por eles inventada e alimentada. Hoje o ser humano abraçou-me. E eu senti-o. E eu quis agarra-lo para sempre...Fazer com que acreditasse que de facto o bom ultrapassa o mau...E é a verdade. Hoje descobri que as trevas não me escolheram...fui eu que as escolhi. E é isto que acontece à maioria das pessoas...é mais fácil renderem-se às trevas que procurar um pouco de luz...Nós nesta vida temos de saber: aprender com os erros, não ter medo de dar e de receber...mas é importante saber ser sem medo...e viver? Viver é uma luta e uma paz.

Descobri hoje que o ser humano depende mais dele do que dos outros que o rodeiam. E apesar de precisar muito dos outros, precisa de se mudar a si primeiro. Saber o que quer e depois soltar-se.
Hoje sofri isso na pele. Hoje senti que o ser humano não é uma razão para eu morrer,
mas sim uma razão para eu lutar por. Depois de vinte e três primaveras penso ter descoberto a minha verdadeira razão de viver...e alegra-me. Não me basta mas talvez seja aquilo para que fui criado.
Que posso fazer? O mesmo de sempre: tudo o que estiver ao meu alcance. E é o que farei sempre, no que toca aos outros.
Só perdoo os que já nascem nas trevas. Não posso resguardar quem nelas quer entrar, quem nelas quer viver.

E eu sei, sei mesmo, e sinto, que sou trevas. Mas não sou só trevas. E ao descobrir isto cresci...
Quem me dera conseguir mudar outros, iluminar ainda mais...Mas talvez seja irónico, ou não, é isso que continuo a fazer...Continuo a lutar pelo ser humano. E a minha razão de aqui estar é mais importante do que pensava. Eu faço falta a muitas pessoas...E ao descobrir os porquês entendi que sou muito mais. Descobri que sou eu e esse eu é importante...

Eu fui, sou e serei sempre trevas, mas serei sempre mais do que isso, e é isso que nos nossos corações devia se fazer sentir mais. Não será hoje que fecho uma porta. Fecho-a quando tiver de a fechar, porque se eu decido muita da minha vida, vocês têm o mesmo poder.
E espirais existem muitas...como em tudo...e todas são substituíveis.

"Spiral out...keep going...spiral out...keep going..." A vida é o que nós fazemos dela...Podemos aceitar esse facto e fazer dela algo belo, que nos preencha, que nos ame, ou podemos esconde-la numa caixa...
Eu faço.
Eu farei sempre.
Desistir é algo que não aplico no ser humano.

domingo, 11 de julho de 2010

Setenta e um

Ontem enquanto ia a caminho de Sete Rios, para ir buscar a pessoa mais importante da minha vida, o meu coelhinho, apreciei um belo momento no autocarro. E acabo sempre por fazer figuras menos felizes quando me encontro nestes momentos, que na minha pessoa são uma estalada de sensibilidade. Era um senhor e uma senhora, sentados lado a lado, mas não eram um casal como acabei por perceber pela conversa, e tinham acabado de começar uma conversa daquelas de ocasião. O senhor dizia estar casado à cinquenta anos e no há dois dias atrás tinha feito oitenta anos. Eu dava-lhe menos. A senhora disse com um grande sorriso que faria cinquenta e cinco anos de casada e que tinha oitenta e seis anos. Mas ambos estavam muito sóbrios para a idade, e o próprio senhor elogiou a senhora parecer mais nova...eu mesmo lhe daria uns sessenta. E pronto iam conversando alegremente até que cheguei ao Zoo, a minha paragem de saída.
E pronto é isto. Resta-me dizer que hoje sou holandês. E que vou estar às 19h30 com a Holanda, o mais vestido de cor-de-laranja que puder.

sábado, 10 de julho de 2010

Setenta

Tenho-me sentido muito bem nesta ausência de ódio...mas tem-me feito falta para escrever e não é pouco ( -.- ). Mas talvez esteja de facto no bom caminho. Tudo o que é necessário é encontrar um preenchimento que me alimente o suficiente para que a transição seja feita com toda a comodidade possível, e com isto quero dizer que preciso de emoções fortes que me sirvam de escrita para escrever. É óbvio que lá se vai escrevendo sempre qualquer coisa. Mas talvez agora esteja a ser pouco de mais. No entanto não minto. Por isso acabo por ter muito pouco que escrever. Mas de vez em quando, aparece um tema, uma razão que valha a pena ser escrita, e nesses momentos agarro-a com força e passo-a para o computador. Apenas preciso de um pouco mais, só mais um bocadinho.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sessenta e nove

(o nome ao qual me habituei a chamar o "número mágico".)

Este domingo pelas 14:30 no canal HOLLYWOOD vai dar a comédia romântica da minha vida. Se tivesse de escolher os melhores filmes da minha vida, no que toca ao ramo da comédia romântica escolheria sem dúvida: ABC da sedução, porque retrata de forma realista o que pensam os homens e as mulheres, o que querem e o que fazem para o obter;
Um sogro do pior, pois já senti estar nesse lugar, e é talvez o lugar onde qualquer homem apaixonado se sente pior, pois é um lugar chato, e será sempre; e claro, o melhor talvez: Melhor é impossível. Este filme vai dar na televisão outra vez, e desde já aconselho o seu visionamento. Para além de contar com dois excelente actores, Jack Nicholson e Helen Hunt, que fazem um grande papel, para o qual o próprio J.N. ganhou um oscar, é um filme sobre a capacidade de se mudar amando. Para além de ter um humor forte, talvez por vezes raro e estranho. É um filme com "F" bem grande. Não vou perder. Vejam porque vale a pena!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sessenta e oito

Foi com bastante desilusão que vi hoje a frieza da Alemanha não comparecer no campo de futebol. Foi a derrota que até agora mais me pesou, mesmo sendo português. O que para alguns poderá ser um futebol organizado (o que foi de facto) da armada espanhola, para mim foi um autêntico anti-jogo, que bloqueou a magia alemã. Como é lógico foi bem jogado da parte espanhola, mas para quem gosta de um futebol animado, com ritmo e arte, foi péssimo...Fico assim à espera que a Holanda, a laranja mecânica, derrube uma Espanha, que na minha opinião, e de alguns peritos, é uma equipa muito aquém, sem magia, cansada e sem grande imaginação e velocidade...Mas pronto, venha de lá essa final, que eu no domingo vou-me vestir todo de cor de laranja.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sessenta e sete

Na minha introdução ao pseudo-esboço-de-livro que fiz há seis anos, ao qual chamei A Outra Face, escrevi algo do género:
"O resto são histórias...Abram os olhos...Abram a mente.
A outra face. O remédio alternativo ao imbecil que há em mim."
Agora as Narrativas de um monstro - a outra face ficará parada. Dizem que à terceira é de vez. Espero que sim...Duas propostas já estão a marinar...Agora é esperar.
Mas isto começou tudo porque descobri a minha medicina alternativa...À falta de melhor cura, de medicina tradicional, tive de me amanhar da minha maneira contra a sombra. E vai safando...Fechar a porta do quarto, abrir a janela toda para trás...E colocar a música Disposition. A música toca mais ou menos 93 vezes por noite, sempre uma a seguir à outra. E pronto...Faz-se o que se pode.

domingo, 4 de julho de 2010

Sessenta e seis

Antigamente criticava o karaoke...eu faço isto muitas vezes na vida. Sobre isso ainda não aprendi. Costumo criticar coisas que depois acabo por gostar. E perguntava-me: porque fazem as pessoas aquelas "figuras"? Acabei por vir a descobrir. Estava em Ferreira do Alentejo. O café não tinha muita gente...Puxaram por mim. Não seria a primeira vez...Na Senhora da Guia, pequena praça com uma Igreja na Sapateira (aldeia que pertence à vila Castanheira de Pêra), eu mais o meu irmão e dois amigos, um da Amadora e outro da própria aldeia cantámos a música "Não sei viver sem ti" dos Excesso, uma banda que estava na mó de cima naquela altura. Foi uma experiência nova e até foi divertido. Mas ali, numa pacata vila do Alentejo, pediam-me para cantar uma música muito boa dos Xutos e Pontapés...Daquelas que dá mesmo para puxar pela energia de um fã. E lá fui eu para o palco cantar a música Contentores...Quem ouviu disse que cantei mais que bem, e que parecia mesmo uma cópia das versões ao vivo, sentida. Na altura cantei a pedir um pouco de fé...

Hoje o que peço é para mim próprio: um pouco de fé.

Sessenta e cinco

Hoje fiz-la bonita...como se diz nessa gíria. Não bastava ter tido das piores noites destas sombras ainda dormi durante a tarde...Resta saber, fazer já planos, para a noite fantástica que se avizinha. Estou totalmente tramado. E neste caso arrisco dizer: condenado. Estou a atingir proporções 'negativas' que nunca apareceram antes...insónias destas nunca...e antigamente usava-as para me divertir, fosse no que fosse...agora, enquanto estou na cama a pedir, a implorar para que o sono venha de uma vez por todas...é apenas tortura.

Sinto-me como se a alma me tivesse caído a uma latrina! Preciso um banho por dentro!

E é disto que preciso, como tu, meu querido Ega...

sábado, 3 de julho de 2010

Sessenta e quatro

Estou na cama há duas horas e pouco...são três da manhã...



Quando voltarei a encontrar o equilíbrio?

...
Vou tentar outra vez.

Sessenta e três

A única coisa boa em rapar o cabelo à máquina dois (penso que é a segunda vez na minha vida) é ficar com um aspecto mais aproximado da minha verdadeira idade, que conta com vinte e três primaveras. Honestamente gosto de ter o cabelo rapado ao máximo como também gosto de o ter maior. A maioria das pessoas prefere ver-me com o cabelo curto. Seja como for soube-me bem cortar-lo. E pronto.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sessenta e dois

Morfeu visitou-me durante o sono...e durante esse período de tempo: senti-me completamente bem, alegre, de alma saudável. Quase revitalizado.


Mas o problema de quem sonha continua a ser o mesmo desde o inicio do universo: acordar. E esta frase resume bem a pessoa em que me estou a tornar.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sessenta e um

Dormi cinco horas...Cinco horas. Mas é engraçado notar, que primeiro vivi um tédio de duas horas na cama...Para quem não me conhece: estou a ser irónico. Já o tenho dito:
um bem quando vem costuma vir sozinho...e nem sempre dura muito (o que é uma pena do tamanho universal), já um mal...regra geral nunca vem só. Esta vida adora brincar comigo, e connosco. E começo a perder a paciência com tudo. Infelizmente, devido a pessoas no ramo e a livros que já li, sei perfeitamente o que pode derivar de problemas com sono...Acabo apenas por esperar que isto seja uma fase e não um sintoma. Ando totalmente desencontrado. De todos e de mim mesmo. Tenho ideias que morrem logo, algo que nunca fez parte de mim. Desisto sem sequer tentar...Ando ao contrário. Sou o contrário do que era.
A minha melhor amiga tem sido literalmente a escrita. Mas mesmo neste ponto não estou a encontrar respostas, escrevo e apenas isso, fica escrito. Não existe repercussão.
Até posso dizer que estou a precisar de férias. Mas com quem? Onde? Porquê?
E o pior sentimento que sinto de momento e que posso descrever é: saber o que quero e nada fazer para o alcançar. É como se já não dependesse de mim...é como se...tivesse apenas de esperar. E isto nada me agrada. E isto nada altera.
Nem sei porque estou a escrever isto. O tédio leva-me a escrever. E este tédio faz-me mal.

Sessenta

Continuar a fazer da escrita a coisa mais positiva e produtiva da minha vida, porque nada mais faço digno de ser partilhado...nada. Não é humildade, nem desvalorização, é a mais pura das verdades. E também aqui preciso de mais, mas este fado também aqui me prende, deixando-me à deriva, num compasso de espera que demora tanto...mas tanto tempo. É pedir muito uma chance em mim? Seja no que for?
"Vão para o diabo sem mim! Para que havemos de ir juntos?!" Fernando Pessoa (Lisbon Revisited)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cinquenta e nove

E é isto:

Who (really) cares?

Something kinda sad about
The way that things have come to be.
Desensitized to everything.
What became of subtlety?
How can this mean anything to me?
If I really don't feel anything at all?

E depois sobra alguém, no centro de todo este universo que diz:

I'll keep digging
Till I feel something.
Relax,
Turn around and take my hand.

Volto a perguntar:
Who (really) cares?

E as trevas abrem-se, como um portal, uma porta para um mundo melhor...Who cares?

Cinquenta e oito

A única coisa boa que tenho para festejar (além de estar vivo (algumas reticências)) é ter chegado aos dois anos das Narrativas de um monstro. Não vou dizer que é preciso habilidade e engenho, mas é preciso inspiração, à qual estou agradecido.
Apesar de ter estado em dois meses onde abundou escrita de dentro do meu ser tenho "medo" que esse ciclo tenha terminado...deixando-me numa sala de espera. Também, verdade seja dita, não posso escrever todos os dias sem pensar em cansar-me...mas mesmo assim. Não sei. Hoje escrevi um texto...e pelo andar da carruagem as sombras vão existir em mim durante muito tempo ainda. Mas também, que seja eu então: sombras. Trevas. Na realidade fui-o durante anos...só porque virei luz durante uns tempos, a verdade é que quase sempre fui trevas. E ser trevas não é ter um contrato com o "mal", nem seguir a Lúcifer. Mas também não é um grande estado de espírito. Penso que apartir de amanha em diante só me visto de preto. Por todo o corpo. Talvez seja melhor assim.
Conto escrever mais um texto, de auto-aniquilação, auto-julgamento, e de aniquilação e julgamento, e tudo ao mesmo tempo...E depois disso...Não sei. Queria parar. Vamos ver se consigo. Enfim...
Façam por viver bem e por serem felizes. (Difícil não é ser impossível...Olhem para a História...Enfim.)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cinquenta e sete

A entrar num tédio depressivo, sentimental e físico, onde abunda o atrito e a falta de vontade...

sábado, 26 de junho de 2010

Cinquenta e seis

A satisfação pessoal é menos fácil de alcançar do que eu pensava. E a vida que eu tanto descomplicava, numa luta constante por todos aqueles que a gostam de complicar, começa aos poucos a tornar-se de facto complicada. Estarei eu a perder esta batalha? A perder esta guerra? Estarei eu a render-me há mesma falta de motivação que vos assombra cada passo?

Temo um dia deixar de ser esse monstro que com um sorriso consegue ver a simplicidade escondida nas vossas invenções complexas, esse monstro que vos dá um estalo com luvas de ferro capaz de acordar para tudo isto...Temo vir a deixar de ser quem sou, tudo devido a lutas constantes que não me levam onde eu quero.

E eu não quero ser amargo, frio, e ausente desta realidade bela...não. Mas para lá caminho...
E se for uma questão de tempo só me resta, enfim, esperar...
A ironia da vida dá-me vómitos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cinquenta e cinco

Como sei que estou a "bater num fundo"?
Porque estou a beber café...
.......................Onde vai isto chegar?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cinquenta e quatro

Vou-me escrevendo. Será o remédio? Será a cura?

São perguntas retóricas que coloco a mim mesmo.

Depois de cada dia passar praticamente igual ao anterior.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cinquenta e três

São três da manhã. Uma sombra nunca vem só...e logo hoje que estava a ter um sono tranquilo...logo hoje que não demorei muito a adormecer...mas desde de manhã que tenho as pernas cheias de picadas de melga. Se durante o dia tenho uma excelente resistência a não coçar e a evitar tocar nelas, de noite, no mexer do corpo de quem dorme nada posso fazer...roço na cama...a comichão começa, e eu no sono, começo a coçar-me. Quando dou por mim estou na casa de banho, com os olhos vermelhos, cheio de sono, a tentar para toda esta comichão. Que horror. Não estou bem em lado nenhum. Logo hoje...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cinquenta e dois

Sou um covarde, sou um hipócrita, como muitos pobres coitados que andam por aí. Estava a absorver, com uma sede pouca um pouco de nicotina, ao sol, encostado à parede de betão escura, que devido à sua cor e devido ao sol estava quente. E ali estava eu, numa paz armada, quando ouço gritos de euforia e vitória, que me chegavam das janelas dos prédios, das esplanadas dos cafés, do meu próprio edifício. Portugal tinha marcado o primeiro golo. E eu ouvi a alegria, mas olhei para a relva, e todo o mundo manteve-se igual. Estava tudo no mesmo lugar, na mesma situação. Que falta de transtorno, que falta de paciência. Apago o cigarro e volto para dentro.

Cinquenta e um

Noite mal dormida. O sono perdeu-se algures. Fiquei pregado à cama pela preguiça de adormecer. Uma fúria abate-se sobre mim, por todas as razões lógicas e não lógicas, e fico pregado à cama, sozinho, sem conseguir mais ninguém. A minha solidão é quase consciente, e agora que estou mal acordado, com um estômago meio doente, meio vazio, com um sabor a mentol na boca, mais sabores que derivam do tabaco, .... não sei. Queria explodir. Mas por pouco tempo. E agora faço-me ao dia, como se a noite péssima, a noite de todos os dias, nunca tivesse existido. Sou um covarde, sou um hipócrita.

domingo, 20 de junho de 2010

Cinquenta

See my shadow changing,
Stretching up and over me.
Soften this old armor.
Hoping I can clear the way
By stepping through my shadow,
Coming out the other side.
Step into the shadow.
Forty six and two are just ahead of me.

(Forty six and two)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quarenta e nove

Para mim, eu que mudo pouco em muita coisa, as coisas pequenas serão sempre as mais importantes. Sempre. Posso complicar-me mas não complico, aliás, faço por facilitar, por mostrar simplicidade onde querem descobrir complexidade. As coisas pequenas são as mais valiosas e é a elas que me agarro, sempre que posso.

Quarenta e oito

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quarenta e sete

Counting bodies like sheep to the rhythm of the war drums...

Step away from the window...

Don't fret precious I'm here...

Pay no mind what other voices say
They don't care about you, like I do, like I do...

Safe from pain and truth and choice and other poison devils...

Hold you and protect you from the other ones...
Just stay with me.

(Pet)

Quarenta e seis

Dizem que o futebol faz milagres, que consegue unir povos, que faz esquecer crises enquanto se dá esse espectáculo com a bola, entre outras coisas...eu acreditava de certa forma. Mas ontem, ontem existiu um momento de união familiar...um momento que não acontecia na minha vida à muitos anos...Três homens aqui em casa, sentados juntos, a ver o Brasil contra a Coreia do Norte. Eu, o meu pai e o meu irmão. Os três. Sentados a apreciar essa magia...Num clima bastante leve e saudável fomos trocando sempre algumas palavras, e vibrando com essa magia brasileira. Foi um momento único. Que confesso, dada a minha alma, que adoraria repetir. Vamos ver se se proporciona.
Para nossa felicidade o Brasil encantou, dento do possível, e ganhou por dois um.
Este mundial, assim como o europeu, não me encanta por ver Portugal em acção. Isso já não me faz vibrar há muitos anos. Vibro sim, como qualquer ser humano que gosta de futebol, de ver grandes selecções a dar luzes, muitas luzes, de sua graça...e é isso que me tem dado algumas horas de prazer visual. E é isto. Que o Brasil chegue longe, se isso significar mais jogos a três...Obrigado pelo momento.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quarenta e cinco

...desfragmentadas. Qual foi a altura da queda? Mais próximo do abismo.

sábado, 12 de junho de 2010

Quaranta e quatro

Já não sei se as peças encaixam. Sei apenas que se encontram no chão.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quarenta e três

A melhor novidade que recebi esta semana foi que a serie que devorei duas temporadas em pouco mais que uma semana vai voltar em Setembro ou Outubro. Já a tinha visto a anunciar na televisão e nutri algum interesse mas nunca fiz por ver. Um dia, sem querer, num tédio que me levou à televisão (este acontecimento é tão raro que não me lembro da última vez que aconteceu), por acaso calhei de ver o primeiro episódio. Castle, é o nome da serie. É muito ao estilo do Bones, mas com alguma graça mais à mistura.
E mais?
Terça feira, dia de médico, antes de embarcar para sair do Barreiro chegou-me às mãos um panfleto, que em letras vermelhas e bem gordas dizia: "Não ao anti-comunismo!"...Não o rasguei no momento por respeito a quem o distribuiu, possivelmente um coitado da juventude comunista...Mas que raio? Anda tudo doido só pode. Mas alguém com o mínimo de senso não vê o que se passa neste país? Porque não vão brincar para a linha férrea e me fazem um enorme favor?
Enfim.
Hoje, a Diana, nome carinhoso com o qual batizei o meu computador portátil, levou um banho de leite. Em toda ela. Tive de fazer umas limpezas gerais, etc. Esta minha menina em menos de seis meses é o segundo banho que leva. Da outra vez foi água Pleno. Mas foi apenas um susto ao que parece...O que não a matou...bem não a matou. E apenas isso. Ainda aqui está para mais alegrias.
Algo me diz que por agora fico por aqui. E fico mesmo...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quarenta e dois

Existo. Sou real. E sou deste planeta.
(Serei este tanto todo?! Isso tudo e não só. Ou nada.)

O quão importante é uma pessoa?

As respostas são imensas, e são subjectivas.
Uma das respostas: Quando fazemos parte dos sonhos
de alguém,
que os sonha enquanto dorme

mas mais importante ainda

quando os sonha acordado.

E demorei a perceber que uma frase tão simples, apesar da complexidade do seu acto (poucos o conseguem talvez), como Amar Os Defeitos Do Outro, já estava dentro de mim, quando a sentia através da frase:


" Come as you are ... "
e
vou
sentindo


A vida é irónica? Já somos dois.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quarenta e um

Quando era um jovem dos meus treze anos lembro-me de ter escrito um texto intitulado de "sessão de nervosismo", um texto de três páginas sobre uma tarde de espera no centro de saúde de sete rios. Penso que na altura terei esperado três ou três horas e meia para ser atendido. Ontem só esperei duas e pouco...Mas não vou fazer um texto colossal. Nem sequer me apetece. Fumei uns três cigarros...e ia morrendo de tédio. O telemóvel manteve-se sempre 'silencioso'. Acabei por ouvir música e jogar jogos de lógica, a ver se puxava pelo cérebro. Duas horas e tal para ser ter uma consulta de dez minuto...Que pachorra. Ao menos fui atendido pelo meu "Dr. House", a minha médica de família que me conhece desde pequeno. Disse que me queria apertar o pescoço, e que me queria puxar as orelhas, ao que parece fiz asneira da grossa. Mas pronto, é algo de possível correcção. (Espero). Disse que adorou ver-me, que estava um 'borracho' e que tinha um brilho e uma cor de olhos magnifica, e que também já tinha visto o mesmo na minha mãe. Fantástico. Fora isso, nada de mais. Desta vez não foi uma longa história, mesma tendo ficado à parte de alterações importantes e talvez dignas de serem revistas. Mas pronto. Por alguma razão, ao contrário do costume, fiquei mais calado, e fui apenas ouvindo.
As coisas boas raramente aparecem umas a seguir às outras e muito depressa...já um mal nunca vem só e muitas vezes vem um atrás do outro muito, mas muito depressa.
Não sei o que fiz de mal, o destino vai-se vingando de mim aos poucos, (ou será a minha cabeça?), além de tudo o que não tem corrido como eu queria, (eu bem temia Junho. Devo ter algo parecido com um sexto sentido), na semana passada caí sozinho no meu quarto, pisei e bati em dois ou três objectos e caí no chão. Ontem parti-me todo no autocarro. Foi a 'sessão de nervosismo 2010', uma pseudo cura...para uma pseudo doença. E chego a casa, não sei com a cabeça a onde, tudo o que seguro cai ao chão, papéis, objectos, como se não os segurasse com vontade. O meu mp3 caiu ao chão...Acabou. ("Morreu")
Tenho noção, já vi isto acontecer a muito gente, às vezes andamos numa maré de "azar", tristeza, coisas más resumindo. Mas também ninguém fica nessa "fase" toda a sua vida...Quero sair daqui para fora. Estou farto disto. Queria..

terça-feira, 8 de junho de 2010

Vinte e vinte ( Quarenta )

...(suspiro)...

'Sometimes , some things...'

E não só.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Trinta e nove

Como cheguei a isto?
Sim, também o sinto. Sinto o meu ser demasiado apertado. Nesta realidade, neste momento, nesta existência. Estou demasiado...farto. Esta realidade satura-me. Deixa-me...a sonhar, por aí, enquanto devia estar apenas, e apenas só: vivo. Parece que descobri mais um problema...Onde vou eu chegar assim? Então não me basta sentir vivo? Não me bastava? Tive de descobrir que queria mais do que isso? Mas porquê?
Esta vida...e o que eu faço dela. E o que eu faço por ela. Alguns vão-me falando. Falam muito. E não sei até que ponto tudo o que eles dizem me faz melhor ou não, pois a verdade, seja assunto de importância ou não, eu não os ouço totalmente. Não senhor. Abrem a boca, soltam vários sons seguidos que formas palavras que de seguida formam frases...mas eu, eu não vos ouço. A minha cabeça não está aqui. Ou pelo menos não está no sitio. Poderão algum dia perdoar-me? Eu até posso acenar que sim, mostrar um sorriso, mas as palavras não é que entrem e saiam...é que possivelmente não entram mesmo. Não é por mal. Apenas preciso de umas férias de mim mesmo. Eu não sei. Não sei mesmo. Ou então, é o mais provável, dado o mundo que é: devo saber mas finjo não saber...Confessem, às vezes fazem coisas contra a vossa vontade. Às vezes fogem quando querem abraçar, dão um estalo quando querem beijar. É. Somos. Tudo.
Como cheguei a isto?
É uma longa história. Ao que vejo, e ao que começo a entender do ser humano, não sei se ficariam felizes, tristes ou apáticos com a história. A verdade é que é a minha história...e isso, para mim, é suficiente. Eu não preciso de férias. Nada disso.
O que eu preciso é daquilo que não tenho. E este não é um problema que acontece a todos. Nem é um problema usual na minha pessoa. Para já e por enquanto é só agora.
Como...cheguei eu a isto?
Chegando, diriam alguns. Eu por mim não diria nada. Vive-se, sente-se, e vai-se vivendo.
Detesto números ímpares...talvez seja por isso que estou neste estado. Não sei que me diga. Não sei que me faça...
O relógio que não tenho parou. Deve ser hora de esperar. Ou será hora de dar corda? Ai maldito relógio que não tenho.
Se vocês me dessem a resposta, a resposta certa, eu vos daria tudo. E o tudo talvez fosse pouco. E para mim o pouco às vezes pode ser nada. Eu já não sei o que digo. Vou dormir...ou não.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Trinta e oito

Este mês de Maio...Foi um mês intensamente diferente. Voltei de certa forma às essências. E este mês teve de tudo um pouco. Em termos de escrita talvez tenha sido dos melhores meses de sempre...quarenta textos? Sim, quarenta textos. Quantidade não faltou. E qualidade? Penso não poder ser eu a responder, pois se pudesse, diria sem hesitar muito: foi mais do que satisfatório. Escrevi muito e não escrevi sobre coisas muito más. Em certas alturas dediquei-me à expansão de outros belos universos...mas depois parece que caí nesse mundo egocêntrico de pseudo-sofrimento. Fui feliz? Ainda não estou certo. Ainda estou a reunir provas, muito devagar, para chegar a uma conclusão final. Cansa-me a espera? Ainda não. Já passei por isto. Déjà vu completo. E a vida já me ensinou que às vezes a espera vale a pena.
Tenho exercitado o meu corpo como já não o fazia há muito tempo. Tenho bebido água como se estivesse sempre com sede...Tenho fumado como um doido, uma chaminé, um fumador compulsivo. Sessenta e seis por cento da minha pessoa tem agido bem, já não é muito mau. A verdade é que Maio está a chegar ao fim...e esse facto perturba-me. Perturba-me. Muito. E acabo por, sem querer, estar a sofrer por antecipação. Junho vai ditar tantas coisas da minha vida...e eu, fico a espera-lo, como se fosse alguém que estando em casa no seu sossego sabe da vinda de alguém que nos quer fazer mal...e fico a segurar na caçadeira, atrás de alguma esquina na minha casa, preparado para quem entrar por essa porta a dentro. É mais ou menos isso. Só que eu não tenho uma caçadeira. E a porta? Esteve sempre aberta...Resta-me refugiar-me na melhor esquina, e esperar.
Junho está à porta. Se pudesse, saltava Junho, Julho e Agosto...e começava uma vida nova, nova para esse tempo. Do que tenho eu medo? Que tudo fique igual, mas pior.
Nunca mais chega o Natal...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Trinta e sete

Fico-me por aqui, por um breve momento, até não sei quando, até não sei onde. O que é para mim o nada? É a ausência de tudo.

Trinta e seis

É curioso. Há muitos anos atrás escrevi um texto sobre algo. Um poema para ser mais preciso. Quando o acabei de escrever pensei estar a ler o poema mais real e bonito que alguma vez tinha escrito. Agora, olhando de novo, apenas posso sorrir perante a minha cegueira. Em primeiro lugar, um assunto tão complexo não pode ser escrito em poesia. Em segundo lugar...agora e talvez só agora, sem certezas de quantas vezes mais na minha vida o vou provar, o sinta de forma mais exacta. Sempre me apeteceu escrever uma apologia sobre o amor, com o intuito de lá envolver esta questão que me tem vindo a atormentar, mas para isso precisava de ajuda de muitas pessoas, de forma a atingirmos todos uma verdade "mais absoluta", porque sim, eu sei que todos somos diferentes, mas a verdade é que temos todos o sangue da mesma cor (igual), não interessa a nacionalidade, temos todos os orgãos nos mesmos sítios, mais ou menos do mesmo tamanho. Está lá o que no faz pensar, está lá o coração...tirando casos raros em que o coração se encontra literalmente no lado direito. Porque há certas "razões" e acontecimentos e sabores que são gerais. E na minha opinião eles provam muito, mais do que aquilo que nós por vezes queremos aceitar ou confirmar. E é curioso, passando tanto tempo, encontro necessidade de voltar a escrever sobre o assunto...Não sei do que estou à espera. E apesar de ultimamente esta variante não me deixar sossegado parece que estou à espera de rebentar, de uma vez por todas. Talvez dessa forma já não escreva sobre ele. Vamos ver...vamos esperar. Vamos sobreviver.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Trinta e cinco

O que me diferencia do resto é a fome. Por sorte é uma fome que nunca venha sozinha, venha acompanhada de autenticidade, vem acompanhada de improvisação, é ela própria, é a sua essência que faz toda diferença. Consciente do meu único objectivo, consciente que espalho felicidade se me esforçar, e quero espalha-la, porque não o fazer custa-me. Por isso vou continuando...até me cansar de tentar para nada, ou até que me cortem as pernas...mas até lá? Dou o meu eu e o melhor eu que posso dar. São sentimentos e momentos, sensações raras, novas, cheias de sabor e sentido, que me vão dando força todos os dias...E há coisas boas que nunca mudam. Nem precisam de mudar...no dia em que mudarem...não sei. Talvez volte tudo ao que não era.

sábado, 22 de maio de 2010

Trinta e quatro

Hoje fui correr. Devido ao vento e ao sol consegui inalar e sentir mais do que o normal o cheiro do verde que me envolvia. Senti-me na terra da minha avó. Senti-me num lugar puro. Puro e saudável. Gostei. É triste chegar à conclusão que a melhor parte do dia, e a mais útil, é correr durante vinte minutos. Enquanto corro vou pensando na minha vida. Na forma como as coisas aconteceram e acontecem, o porquê das coisas. A vantagem de fazer isto enquanto corro é que posso sempre esforçar-me ainda mais na corrida se o assunto me estiver a incomodar. Se estiver a doer. É um escape maravilhoso. Enquanto corro vou pensando e dando o meu melhor, pelo menos nesse aspecto. Canso-me, levo-me aos limites do meu ser. Maravilhoso. Eu puxei por mim um pouco mais do que o normal...estive para parar umas três vezes. E parei? Não. Porque naquele momento senti que não tinha de parar por muito que pensasse que queria. E a verdade é que aguentei um bom tempo extra...Porque pensei então que deveria parar? Não sei. A mente talvez nos engane...ou o corpo. E isto acontece muitas vezes na nossa vida. Pensamos algo, e pensamos nisso com tanta certeza, que possivelmente...paramos. Mal sabíamos nós que ainda dava para continuar. E quem sabe para sempre? É claro que isto não se aplica na corrida de hoje, nem em nenhuma, seja em que dia for, porque é impossível correr para sempre, mas a realidade é que consegui muito mais do que aquilo que pensava e sentia conseguir.
No dia de hoje, enquanto corria, limitei-me essencialmente a ouvir Nirvana. E foi bom matar saudades. Às vezes esquecemos coisas que foram importantes para nós...assim do nada. Mas abracei-os, e ouvi-os como se fosse a primeira vez, de forma atenta. E ajudou-me.
Eu posso sentir que é a altura de descansar, mas sei também que ainda posso correr mais um pouco...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Trinta e três

Progresso...Ainda é cedo para festejar, de qualquer forma, qualquer acção ou movimento ou ainda pensamento é bom o suficiente para se sorrir...Mesmo quando olhamos para este país e não o vemos (ao progresso), e nesse sentido já estou a pensar, em algo concreto e bem construído, para escrever sobre este país, mais concretamente a mentalidade portuguesa, e mais concretamente ainda, sobre esse "engenheiro" Sócrates...Mas isso fica para outro dia. Onde ia mesmo? Ah, sim, progresso...sabe bem constata-lo. Seja em quem for.
E sobre o meu texto "Where is my mind?", nas narrativas monstruosas, tenho estado satisfeito sobre mim mesmo...O nível intelectual, como foi lá definido, tem vindo a crescer aos poucos. De forma gradual, mas positiva.
O nível físico também. Comecei agora...aliás, voltei agora. E sobre isso também poderei falar mais tarde...penso que vale a pena.
E agora? Fica-me a faltar o nível emocional...este ainda está parado a zeros. Ou melhor, tem números importantes, mas entre parêntesis...por isso conta como zero. Tenho que fazer algo e depressa...Pois não me basta (nem tão pouco) os outros dois. Pelo contrário...Vamos ao trabalho que a vida são poucos dias...e passam depressa. Que raiva...

domingo, 16 de maio de 2010

Trinta e dois

Há coisas que nunca mudam...e outras transformam-se...Existem coisas que toleramos, outras adoramos, outras: odiamos. É a vida não é? Não...mas pode ser. Não me interessa. Têm me dito que ando a escrever que nem um doudo...confirmo. Na falta daquilo que preciso tenho de encontrar alternativas. Como é lógico as alternativas regra geral são piores, mas não quer dizer que não bastem...(Mas não, neste caso não me bastam...mas que posso fazer? Entregar-me?) Por isso vou escrevendo...mais e mais, para atenuar isto, e escrevo mais e mais, para ir adormecendo tudo isto. A minha irmã disse-me certo dia, para chorar tudo de uma vez. A frase é mais sensata do que parece. As pessoas às vezes pensam que dão a volta à sua maneira...mas é tudo uma ilusão. Mas também se pode dar o caso fortuito de chegarmos à conclusão que a dor é uma ilusão (Tool). Por isso tenho escrito, que nem um doudo, sempre que posso. E tem servido, principalmente para passar o tempo de forma pelo menos mais produtiva. Vou chegar a algum lado assim? Boa pergunta. Sempre disse aos outros para agarrarem as laranjas nas suas vidas e tirarem delas todo o sumo, saborear a vida, agarrar a vida, sentir a vida, sentir os outros, agarrar cada oportunidade com afinco. E eu? Eu escrevo...a minha metamorfose tarda em se dar. Eu quero evoluir, mas estou estagnado, preciso de criar um alter ego, talvez...quem sabe. Mas não queria. Queria ser eu, eu mesmo, aquele que sou e como sou, a dizer: basta. Bastem-me. Eu basto-me.
Por isso, vou escrevendo...escrevo tanto que me hei-de cansar de mim próprio! Das minhas reflexões, das minhas certezas, das minhas dúvidas. Vou chegar a um ponto que desisto de viver desta forma. Mas a escrita é como a minha família e amigos, esteve sempre comigo, nunca me deixou, e eu, mal ou bem estando, nunca a abandonei. Preciso de escrever. Mas não é pela razão de muitos: falta de coragem para dizer, pela boca fora, com os olhos olhando directamente outros, ou não...Não se trata disso. Eu talvez escreve para dar mais atenção aquilo que digo (depois de ter pensado).
Mas a escrita não me basta...não me basta tão pouco. E se vou escrevendo é da maneira que me vou mantendo vivo. Porque a minha escrita será sempre a injecção para acalmar ou para reavivar a chama...
Neste momento não sei que mais pensar ou fazer, porque o que vou fazendo ou pensando são momentos pouco nítidos, que precisam de mais...qualquer coisa.
Foi preciso ter engolido um pequeno copo, muito pequeno de absinto para ter a certeza que a paz mundial estava dentro de mim. É cómico de facto, mas não deixa de ser triste. Preciso de escrever mais e cada vez mais, até toda a inspiração desaparecer. Eu sei que não é disto que preciso, mas de momento, é tudo o que tenho.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Trinta e um

Há coisas que nunca mudam...

Vinte e dez (trinta)

Não fiz lista de prendas para esta data especial. Aliás começo a dar valor apenas a surpresas. Por isso fiz um investimento para mais dois ou três anos hoje...tirando a 7up que ofereci a mesmo...Comprei dois pólos, um preto outro cinza, e duas t-shirts uma preta outra cinza. E pronto. Já os vou usando para não cair na parvoíce, como fiz com umas calças de ganga preta que comprei há um mês ou dois e ainda não usei...
A t-shirt preta foi carimbada por um terceiro olho...vá-se lá saber porquê e para quê.

Vinte e nove

Estive-te a ouvir como já não ouvia há muito tempo. Tenho consciência que tudo o que tu dizes está certo, talvez apenas precise de tempo. Ou talvez seja agora o momento, mas estou à espera de alguma coisa. Sei que tens razão em tudo o que dizes. Sei que me podes ajudar. Só que às vezes é difícil compreender o que devo fazer, porque não chega fazer o que o coração manda, não. Porque às vezes estamos errados. E demoramos a perceber isso. Tu sabes que eu erro mas também não sabes quando acerto. Mas mesmo assim, consegues ter razão. E apesar de ter cura conseguiste provar que afinal sou mesmo um monstro, mas um monstro igual a outros que por aqui caminham. E o pior que posso engolir, sem deixar de acreditar em cada verdade que saiu da tua boca, é que quando penso agir melhor, fazer aquilo em que acredito é quando estou a ser mais monstro. Ao que parece tenho feito as coisas ao contrário do que devia. Mas obrigado, ainda vou a tempo. Amo-te, como sempre, e para sempre.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Vinte e oito

Fez ontem seis meses que tudo voltou. Nunca me tinha saido da memória, mesmo como sempre, fui eu a seguir em frente. Spiral out? Não. Spiral in...Sempre tive uma boa memória. Para factos mais engraçados, coincidências, sinais, factos menos importantes...e factos que mudaram a minha vida, que me atingiram de frente ou de lado. Quem me dera que nesta vida fosse sempre lateralus...mas não é assim a vida. Utilizo essa filosofia de evoluir através do sofrimento e das lágrimas. Mas nem sempre foi assim, nem sempre é assim. Que resultados procuro? O mesmo que todos vós: ser feliz.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

vinte e sete

Hoje faço vinte e três anos. Dei algumas desilusões aos que me amam, e dei outras tantas alegrias. Fui motivo de orgulho em alguns casos, motivo de vergonha noutros. Sempre fui fiel a mim mesmo e aos outros, facto ao qual não deveriam apontar nunca o dedo. Nunca abandonei ninguém, nem em boas nem em más situações. Afastei-me algumas vezes de algumas pessoas, algumas para sempre outras até ser altura.
Para mim o dia do nosso aniversário, como já disse, deve ser encarado com algo de bom, foi o dia em que viemos parar a este mundo, e regra geral todos nós trazemos algo a alguém e quem sabe ao nosso país ou mesmo ao mundo. Seremos agradados, iremos agradar, amar e ser amados, e ser produtivos.
Os sentidos de oportunidades das pessoas que me rodeiam são tão maus ou piores que os meus...e eu gravo "datas" que marcam os anos posteriores a elas...E tudo começou à dois anos. No ano passado foi o dia mais triste que tive de anos, e mesmo assim, tive muito boa gente cá, para me levantar um pouco (ninguém é a porra de uma ilha, ninguém é sozinho...o próprio Fernando Pessoa era muitos...talvez por isso mesmo). E este ano? Sim, é um ano de melhor colheita...mas mesmo assim. Quero que chegue esse ano, outra vez, em que me levanto e acordo consciente que é bom fazer mais um ano, crescer, ou melhor, envelhecer com algum sentido. Chegará esse dia? Quero acreditar e fazer por isso.
Para mim o dia do nosso aniversário é como o dia dos namorados...uma desculpa boa, para aproveitarmos mais esse dia com quem amamos. A única diferença, é que no nosso aniversário temos de encaixar, além da nossa outra parte, a nossa família e os amigos.
E eu faço anos hoje, e estou a escrever isto...Talvez este ano não seja tão diferente como eu pensava ser. Talvez. Ainda tenho um grão de esperança, que aguarda por ser lançado à terra. Depois...depois ainda não sei. Parabéns para mim.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Vinte e seis

O que teve este dia de diferente? Muita coisa...
Perguntem-se a vocês próprios como será possível que uma noite de quatro horas de sono ser mais útil do que uma noite de oito ou nove horas de sono? Magia...
Hoje dei o meu primeiro passo na poupança do mês...posso não conseguir deixar de fumar tão cedo, mas virei-me finalmente para o tabaco de enrolar...Um dispositivo para colocar o tabaco dentro do cigarro oco e pronto, vamos para a frente. Não sei esta vontade súbita, mas já estava a pensar nisto à algum tempo...prova-se um "investimento" (na morte) para quem quer tentar fumar menos e pagar muito, mas muito menos. Inteligente não? Não. Mas faz-se o que se pode...e quando assim é, que podemos fazer mais?
Sonhei ter duas prendas decentes nestas minhas vinte e três primaveras. E agora, abriu-se a hipótese de uma terceira. O meu querido clube ganhou...óptimo. E hoje descobri, caramba, graças a Deus, que passados quatro anos de espera, e muita sede, finalmente os Tool vão lançar um CD! Que lufada de ar fresco! Fiquei feliz que nem uma criança...Estava à espera disto há tanto tempo. Mesmo...E hei-lo...mesmo assim terá de me aguentar vivo mais meio ano, só deve chegar em 2011...Cá estarei espero. Finalmente esse meu deus, largou a vinha que tanto adora, para voltar a criar espirais! Mal posso esperar...mas que remédio, tenho que esperar.
E mais? O mais às vezes não chega...é como diz o Kurt Cobain: "eu quero mais do que aquilo que consigo roubar...", mas também não é bem assim.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vinte e cinco

Vim quase a correr para casa para escrever isto tudo que tinha na cabeça e tive de me demorar...e ainda bem.
Hoje aconteceram várias coisas...algumas boas outras más...e outras estranhas. A primeira passou-se no centro de saúde de sete rios. Esperei duas horas e trinta minutos...e nem sequer fui atendido pela minha Dra de familia, à qual chamo de "Dr.House", pela sua habilidade na execução de medicina. Por isso tive de "desabafar" com uma rapariga nova, competente mas inexperiente. Conclusões? Devo deixar de fumar...(para saber isto não tinha de ir ao médico isso é uma certeza),...e parece que o coração lá vai batendo de modo acertado, engana-se minha senhora. E a pior novidade de todas: o meu sentido de oportunidade, o chamado timming, parece que consegui prejudicar a minha saúde de forma muito parva...a minha vida tem sido assim. E eu que me julgava uma pessoa cheia de bons sentidos de oportunidade, assim como tudo o que se vai passando na minha vida...mas não. Enganei-me de forma muito estranha. Estarei a morrer? Fisicamente não...e psicologicamente também não...Talvez sofra mais do que seja necessário. Ir ao médico é usualmente uma forma de adiar a morte. Para já assim continua.
Outra questão importante, algo que já não acontecia há muito tempo: sorri muito ao de leve ao ver casais na rua aparentemente felizes. Estarei a mudar? Estarei a elevar-me outra vez sem saber? Sem querer?
Outros pormenores...pensei na única coisa boa de sua santidade na terra vir ao meu país...os mendigos poderão enriquecer um pouco(gostaram da ironia?). Mas não...nem pensar...a hipocrisia não dá esmolas, não. Compra mais riqueza à Igreja. Por isso a minha ideia, não passa de um sonho desesperado e sem nexo. Existiu apenas uma coisa má...antigamente ouvir música de Igreja, apesar de todo o meu ódio contra a mesma, dava-me um sossego, um calor aconchegante no peito. Mas hoje, ao ouvi-la, não me aconteceu nada disso...Por alguma razão este facto assustou-me. E a vida é estranha. Mas eu até gosto dela assim, até me revoltar intensamente.

domingo, 9 de maio de 2010

Vinte e quatro

Começar por felicitar o Sport Lisboa Benfica. Como benfiquista que sou não poderia deixar escapar este pormenor...Não sou daqueles ferrenhos cegos, que só vê o que lhe convém, no entanto sou um adepto fervoroso. E hoje posso falar dessa matéria, pelo menos para começar. Sabe bem ter um interesse em comum com tantos milhares de pessoas em todo o mundo. Todos nós costumamos sofrer com os nosso clubes, seja de que desporto for. Verdade seja escrita, que talvez só o benfiquista, dado os pseudo altos e baixos da equipa, é o verdadeiro sofredor. Por isso, qualquer adepto do Benfica está desde logo calejado para o sofrimento. Ser benfiquista é saber sofrer. Parabéns Benfica! Mais uma alegria. Foi um bom dia, com excelentes festejos e felicidade. Como sempre, quando isto acontece parece que Portugal parou...Incrível.
Falando do dia de ontem. Já levei duas pessoas ao elevador de Santa Justa. Uma delas sem qualquer necessidade...acho que fomos lá por não termos mais que fazer na altura. A outra pessoa, querida irmã minha, foi mais que propositado e 'merecido'. Ficam-me a faltar duas pessoas. Uma delas não devo conseguir levar, é-me demasiado impossível e quase contraditório...a esta queria mostrar a minha pessoa espalhada nesses prédios que contam histórias do passado e do presento, a minha outra face, ou melhor a minha primeira face, a minha cidade, eu de um modo tão especial...Mostrar a minha 'beleza escondida'. A outra pessoa precisa de ver toda esta cidade de um ponto alto...e ver que Lisboa, não é só uma cidade grande chamada de capital...não. É mais do que isso, e tudo isso, transbordando beleza, em cada telhado, em cada janela...em cada esquina. Quer faça chuva ou sol...teremos tempo espero.
Foi um excelente passeio. Ficaste a ver melhor Lisboa na tua cabeça.
Às vezes temos de olhar para as coisas de outra perspectiva...A diferença é imensa. Sinto-me forçado a utilizar palavras que não minhas para descrever estes momentos...que se conjugam ou não, sejam cidades ou pessoas ou situações: "Há um friozinho bom na barriga quando as respostas surgem claras como água, depois de termos complicado tudo durante demasiado tempo. Afinal, é bem mais simples do que parece." (Ana Sofia - http://coisasmuitas.blogspot.com/2010/05/changes.html) É que é mesmo isto, sem tirar nem acrescentar palavras...Espero que chegue esse momento em todas as almas que conheço e naquelas que desconheço...Porque o que me revolta é o mesmo do costume. E quero-vos...quero-vos...quero-vos ver melhor, até melhor ser impossível.

Vinte e três

(quarta-feira aproximadamente pelas 21h00...por alguma razão não queria sair para este mundo, pois a preguiça era muita...o trabalho de parto começou às 16h...)

Disseram-me ontem que estava frio e a chover muito lá para o centro do país, mais concretamente na Sapateira...Invadiu-me uma vontade de fugir daqui...Pegar no meu portátil e no telemóvel, num livro, e subir duzentos quilómetros neste país à beira mar plantado...Levar Internet portátil e refugiar-me ao pé da lareira, em quatro canais televisivos. Mas Deus cedo me mostrou que não valia a pena ir para tão longe: começou a chover em Lisboa desenfreadamente, e o frio...muito devagar também chegou. E esta? Calaram-me bem...como se precisa-se de uma desculpa decente para ir a algum lado...adoro quando me cortam as pernas tão depressa. Enfim, é a senhora vida. Mas a vida tem outros prazeres e coisas boas. No próximo texto falarei da experiência de ontem, onde dei a conhecer a minha Lisboa a outra pessoa. Já faltou mais...até.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Vinte e dois

Estou quase a fazer anos. Neste momento tenho vinte dois. Dia onze faz uma amiga minha e chega o senhor-deus-na-terra. Dia doze vinte e três anos contará o monstro (se lá chegar). Dia treze o país pára...Aucht. No meu último texto deixei fluir a minha linguagem corrente. Sou razoavelmente mau na língua inglesa, no entanto não consigo evitar, a menos que se trate de falar\escrever mais seriamente. E por falar em linguagens, mais personalizadas, a titulo de curiosidade comecei desde bebé a criar a minha própria. Sim, é claro que podemos observar esse facto como uma criança sem capacidade para aprender as regras do mundo...prefiro acreditar que era apenas uma criança original. À minha tia Marta (mãe nos primeiros meses da minha vida, e segunda mãe em toda a minha vida) chamava-lhe titauté. Em vez de chávena dizia tapeti. Pão com manteiga dizia monponpê. Uma caixinha de surpresas, ou não. Para além destas invenções ainda gatinhava de frente para trás. Era uma criança materialista, chorava por brinquedos sempre que estava na rua...fora isso, tinha um ar angelical. Bluff. Era um pequeno monstrinho.
Antigamente adorava fazer anos...Não, não me agrada pessoalmente envelhecer...se bem que...que tem? Estamos todos a ir em direcção a essa meta chamada morte. Por isso fazer anos é festejar mais um dia que não estamos mortos. Estamos aqui, estamos vivos...Por outro lado, é festejar a data em que viemos ao mundo, e se não formos criminosos de nenhum género, acho que é algo de bom que veio ao mundo, assim como para todos os que gostam de nós. Enganado? Talvez. Verdade seja escrita que o ano passado foi totalmente estragado. E este para o mesmo caminho caminha. Na prática fui quase feliz a festeja-los até aos vinte e um. E mesmo esse, foi um presente envenenado. Por isso que podemos pedir? Descanso. Sim. Paz. Sempre. Estarmos com quem queremos. Faz-se o que se pode. O ano passado não sabia o que queria...por muito que me perguntassem. Mesmo assim deram o vosso melhor, e agradeço por isso. Este ano, sei muito bem o que quero. E quase ninguém me pode dar. Serei complicado? Complexo? Extravagante? Nada disso. Os meus desejos e pedidos são sempre simples...Não quero a paz mundial, nem ambiciono algum elixir da vida eterna...Simplicidade. Mas cá estarão vocês, os mesmos do costume. Obrigado. Quem dá o que pode a mais não é obrigado não verdade?
Por isso, lá chegará esse dia. Um dia igual aos outros, quase. Doze de Maio, de 1987, nasceu Diogo Garcia TH. Não sei que mais dizer por agora.
Algo mudou desde a criança. E não falo de todas as evoluções e não-evoluções adaptadas a todas as almas deste mundo...As coisas e pessoas que precisava por fome de mais, sem qualquer significado importante, são agora coisas e pessoas essenciais, com uma razão, um sentido.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Vinte e um

Dartanhan is gone. But he will return soon as possible...Já sabia que me ia arrepender no momento em que peguei na máquina de barbear e na gilete. E sabia que me ia arrepender ainda mais depois de os usar. Too late now. Estou diferente, muito, olho-me ao espelho e tenho saudades daquele rosto usado, gasto, pesado. Como se inundasse experiência, e mágoas sobrepostas. Eu sei, quem vê caras não vê corações, nem defeitos. Nem tão pouco qualidades. Corre-se o risco de nunca se conhecer ninguém na sua totalidade gigantesca. Paciência? É a vida? Whatever...nunca me basto nem basto a ninguém...Too bad. Too late? Quero lá saber. Quer dizer, quero. O meu mal é esse...
Estou a transformar-me aos poucos...tenho trabalhado mais. Estou realmente agora a seguir o caminho devido...pelo menos um deles...Tenho medo que chegue esse tempo anual de tédio existencial. E que medo. Quase tremo por dentro. Mas como sempre dá-se a volta (ou não). Quero mais, mas não posso querer mais. Por isso que posso eu querer? Já não sei. Sei, mas continuo a não poder. Mas pronto, passo a passo não é? O tempo manda, o tempo comanda, o tempo anda tão devagar, ou depressa, esse tempo psicológico é detestável. Pedimos a Deus mais um pouco...um pouco que seja, e a todos os que têm o nosso tempo "detido"...Oh. Passou. Porque passaste tão depressa? Só queria mais um pouco, tão pouco, sem valor no vosso universo todo.
Começo a encontrar nesta vida razões fortes para acreditar que Deus é um pequeno "brincalhão", como os seres humanos, ah-ah!, capaz de ter humor físico e sentimental que nem sempre agrada. Este mundo é fantástico.
Vinte e um, um ano muito chato de se passar. Lá vou eu neste caminho. E esta?! Estamos todos no caminho certo? Óptimo. E que sejamos todos felizes. Saúde, paz e um resto de amor.
...Conclusão da vida: emoções fortes exigem medidas ainda mais drásticas e extremas. Cinco estrelas. Ao rubro.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vinte

O meu dia começou frio. Apesar de me deitar cheio de calor e de dormir cheio de calor, acordo às sete da manhã cheio de frio. O frio é forte o suficiente para não acabar com o cobertor que cobre a cama diariamente. Penso que tive uma noite meio agitada pois dormi até mais tarde do que o devido, sem necessidade aparente. Passando á frente pormenores menos importante, chego ao Marquês de Pombal, e fico à espera do próximo autocarro para descer até ao Terreiro do Paço, onde se encontra o porto que me leva até ao Barreiro. Os autocarros que me levam até lá são o: 36, 44, 745. Os tempos de espera eram: 36-8minutos, 44-23mintuos e por fim 745-25minutos. Esperar? Não. Acção à Diogo: descobri uma desculpa para ir a pé até ao Terreiro do Paço. Durante esses vinte e cinco minutos respirei fundo, e senti, como sempre a minha Lisboa. Sempre ela própria, uma parte importante de mim. Causou-me algum tipo de transtorno porém, parecia ser o dia dos namorados. Disseram-me mais tarde, em tom de brincadeira(?): é Primavera e são as hormonas. Que seja.
Cheguei ao Barreiro. Mais uma vez a vontade de voltar para trás foi imensa. A verdade é que por vezes temos anjos amigos que nos aclaram as ideias. E por momentos, depois de me carregarem, sem querer, numa ferida, entrei num pequeno espaço negro...só queria estar longe dali, fora de qualquer responsabilidade, tal qual uma criança. E sejam louvados os anjos. Fiz algo que não fazia há muito tempo: lutar contra mim próprio. Esta luta na prática do mundo não alterou muito...odiei durante horas as palavras e os movimentos que fazem alterar o mundo, como são exemplo: creditar, debitar, factura-recibo, factura (quais são as diferenças???Ainda não quis aprender de uma vez por todas...), juros, activo, passivo, balanço, demonstração de resultados(...), e a pior de todas, aquele que me confunde em todas as vertentes: o IVA. Vão para o diabo, deixem-se carregar por ele...Por amor de Deus. Por isso, saí ligeiramente vencido, mas por minha culpa apenas. A pequena vitória foi ter voltado atrás e não para trás. Senti uma pequena satisfação. Confesso. Sabe bem fazermos algo que sabemos estar certo mas que nem sempre fazemos. Estou contente, devagar se vai ao longe não é? Ser perfeito? Não...Evoluir. Obrigado lufada de ar fresco.
Sai da faculdade às vinte uma. Eu e uma t-shirt e o meu "blazer" (nome dado ao meu querido casaco, pelos meus queridos e originais amigos). Eu e o frio. Naquela terra cinzenta. Só queria chegar a casa. E cheguei...passadas duas horas. Agradeço a companhia, que apesar de pouca, foi muito melhor que nada.
Ultimamente tenho-me entregado muito ao pensar de sensações, sem sequer as sentir. Mas quando as sinto: revolto-me. Enfraqueço-me. E fico demasiadamente pensativo.
Agora estou ligeiramente mais livre, mais vivo que morto, mais criador, mesmo que seja de algo que não traz nada ao mundo nem a mais ninguém, mas que pelo menos me traga a mim. Que mais posso eu pedir? Muita coisa, mas não por agora...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dezanove

(Apesar de há muito tempo estar enterrado na minha pessoa esta história, não deixa de ser "bonito" falar deste dia como o meu primeiro beijo, um primeiro abraço sentido, e uma relação que se prolongou. Verdade seja escrita que a única coisa boa que adveio de tudo isso, foi uma pessoa mais amadurecida. Quer a nível humano, quer a nível escrito.)

Cheguei a essa terra cinzenta, onde é louvado o comunismo. Mas pela primeira vez, desembarquei com alguma paz de espírito e sem uma vontade total de voltar para a minha bela terra. Quando digo cinzenta é porque nela abunda o pó e o lixo. Estou a falar do Barreiro, terra considerada industrial. De várias coisas destacou-se um céu iluminado de nuvens que me possibilitou sair do calor com o qual a minha querida e adorada Lisboa se despediu antes de embarcar. E por momentos, fez-me lembrar esse "orgasmo terrinha" (nome inventado por mim, e acarinhado por quem já o sentiu), que se sente na piscina da casa da minha tia Marta, na Sapateira (Castanheira de Pêra). Este nome foi inventado, quando depois de um bom banho, deitados nas cadeiras, apanhamos uma quantidade abusada de sol e ao mesmo tempo, ainda molhados, aparece um vento muito fresco que nos passa o corpo todo. Fantástico. Como é lógico isto pode acontecer noutros locais, ficou com este nome por ter sido onde foi.

Dezoito

Abril águas mil...nem por isso. Este ano por alguma razão não foi bem assim. Está calor. Muito calor. E eu vivo numa pequena estufa...Se por uma lado ter a fachada do meu prédio a levar com sol no Inverno, o que o torna um pouco mais acolhedor, a verdade é que quando vem o sol abrasador, este pormenor perde toda positividade. Sala, quarto dos irmãos e quarto da irmã, todos a receber o santo sol todo o santo dia...Ideias reabilitadoras mexem-se no meu espírito. Praia? Não a desejo como desejava. O mar nunca foi por mim venerado. E se por momento me vislumbro deitado na areia a apanhar sol, depressa volto a esta realidade seca. Nesta minha casa vive-se a suar. E quando nos deitamos, mesmo por cima da cama, sem lençóis, sem meias, tudo o que nos resta tentar fazer é adormecer com algum suor. Há uns anos atrás adorava quando chegava esta altura do ano. Agora? Todo este sol consome-me as energias, como acontece aos outros seres humanos que debaixo dele caminham. É verdade sim, o sol é mais positivo que o céu cinzento, nessas depressões aéreas...é talvez por isso que na chuva ando sem protecção e no sol todo vestido de preto, para maior obsorção...Ironia a minha pessoa, e o meu viver. Continuamos todos a querer aquilo que queremos...e para isso o sol, por muito forte e desejado que seja, não penetra nas nossas almas...com sorte, talvez, nos aquece o corpo, e remova devagar o vosso frio.

domingo, 25 de abril de 2010

A essência

"I wanna hold you high and steal your pain..."
"....all i wanted to say was i love you and i'm not afraid...i know you can hear me,
i can taste it in your tears..."
"Show me that you love me and that we belong together."

Não podemos ser felizes, ou melhor eu não posse ser feliz sem quebrar de vez em quando uma regra ou outra. E neste caso, partindo do pressuposto que as narrativas do monstro terminariam de uma vez por todas com palavras menos relevantes para a maioria dos leitores, e quem sabe para mim mesmo, dado que tenho de me descrever mais uma vez, venho por este meio quebrar a regra de blogue. Será esta a única e exclusiva vez. Assim como a partir deste momento farei os meus possíveis para voltar ao apologista da minha pessoa como era no antigamente...
O nome especial que teve o poder de substituir um número deriva de algo engraçado. Desde tenra idade sempre gostei de utilizar esta palavra...apesar de desconhecer o seu significado, até que um dia, graças a Deus, na disciplina de Filosofia descobri. Foi fantástico. Resumidamente essência é : aquilo que faz com uma coisa seja aquilo que é.
Ora este texto destina-se única exclusivamente ao desabafo final. Aquele que não quer no entanto quebrar definitivamente todas as noções e esperanças...
Nunca estarás perdida de todo, acredita. Volta a trás, e volta a percorrer o caminho mas desta vez consciente dos passos a não "errar", ou caminha sempre em frente para não perderes tempo andando em círculos. (Sorriso) É preciso encontrar a causa. Como já te disse não me "preocupo" contigo, sei que tudo correrá bem e que és capaz seja do que for. Não me "preocupo" por confio no teu ser, de várias formas relevantes nesta vida.

"Acordei triste e quase vazio...de inicio não percebi o que se passava comigo, até que me lembrei da tua ausência. Agora tudo estava claro."

Este texto começou na minha cabeça há algumas semanas atrás. Dele advieram, outros textos, outras formas de expressão...só Deus saber o fim em si mesmo. Mas este titulo tem uma razão, como quase tudo o que faço nesta vida, de bom e de mau, e de pior.
Este fim de semana, apareceu-me a pessoa que eu tanto quis encontrar durante meses mas sem sucesso..."Agora vieste tarde demais", disse-lhe, "no entanto acho que ias gostar de saber...". E gostou. Foste tu amigo, mais de outrora do que agora, que foste a essência de tudo isto...de todas as vezes. Foste tu. E disseste:
"Era era uma miúda muito especial...sempre achei que era o teu tipo." "Mas porque acabou? Parece, pelo que lembro de vocês, que podiam muito bem..(um com o outro deduzo)" Realidade irónica. A única pessoa que nos conheceu aos dois, o elo comum, a essência, pelo menos essencial.

A ironia deste destino é sempre muita...e eu até sou uma pessoa irónica por natureza...mas por vezes ele consegue desagradar-me de forma muito peculiar...

E depois não é só isto ou aquilo...é um conjunto de coisas, sejam elas pequenas ou colossais...
É ir no barco, acompanhando um dialogo: "Então como tem estado?" "Quando não se está bem, nunca pior..."
"Então?" "Tá tudo."
E outras.

Na prática quando pensei em terminar todos estes tipos de textos queria dar-lhe o nome peculiar de : Veado que foi morto na forca. Está certo, poucos ou quase nenhuns compreenderão. A minha voz cantando num carro numa noite escura mas linda é a resposta correcta.

E é este o texto pseudo-final, da minha descompreensão humana...o texto, que mesmo deixando coisas por dizer, será o último. Por isso, no pior dos casos, a minha estupidez, aliás, a minha parvoeira, se irá encarregar de o ir alterando...mas duvido.

"Resta perguntar o que foi que lhe aconteceu para que amar fosse um verbo tão carregado de pavor...
Preferia abster-se, tanto quando possível, de todo e qualquer movimento mais afectivo, evitando fracassar e sofrer."

Este texto recebe ainda este título, porque é necessário retornar à base, à essência. O porque de um sentimento nascer, a sua velocidade, importância, sensações, o seu resultado na mudança da nossa vida e no nosso mundo. Se o porquê, e o sentir desse porquê ainda se mantiverem...então, para quê não admitir?
Porque eu, ainda estupidamente, ou melhor, parvamente, e apesar de tudo, ainda o tenho...seguro e certo como começou. Porque eu não tenho medo. Nem nunca tive, vencido as lutas pesadas contra demónios e fantasmas, meus e dos outros...

"Precisei de dois tiros, como se tivesse de matar dois eus..." E eu aqui estou, duas vezes, dois Diogos de tempos diferentes...mas por agora, as minhas características são as mesmas de outrora, até o tempo se encarregar de as mudar:
estou vivo, moro no mesmo sitio desde que nasci, mudei, mas estou igual, e estou como sempre no mesmo sitio...um dia isso mudará...mas por hoje, por agora, a curto e médio prazo: NÃO VOU A LADO NENHUM, e devo acrescentar que não quero.

Nem todos os seres humanos têm na vida, oportunidade de experimentar um sentimento diferentemente imenso com a mesma pessoa duas vezes. Será isto bom ou mau?
Eu vos digo...noutro dia. O que é ainda mais estranho, (refiro-me muitas vezes à minha estranheza), é querer sentir ainda mais uma ou duas ou muitas vezes com essa mesma...
Por hoje e por agora fico por aqui. Quero voltar ao meu monstro. Existem dois monstros: o que ama e o que não ama, e eu não me posso demorar no meio deles...Um deles acabará por triunfar, e nunca de forma infinita.

Penso que está tudo, tirando pormenores que me vão fazer sentir frustrado depois de publicar este texto.

Destino. Como já disse acredito nele de vez em quando...assim como acredito no chamado amor eterno, entre duas almas gémeas (ou próximo disso), às vezes. Verdade seja dita, é que ainda aqui estou. A mesma pessoa que vos magoou, a mesma pessoa que vos fez sentir bem como nunca antes. Continuo a mesma pessoa romanticamente sentida, com uma vontade enorme de dar o melhor, de alimentar sonhos e os ajudar a concretizar, ajudar nas lutas, ... , sou o mesmo que acendeu uma luz, o mesmo que fez sentir alguém como se fosse a última e única e vice versa...Sou eu, este deste lado...Sou o beijo natural de dois amantes, num calor que nos coloca numa espiral leve e saborosa, como se o mundo à nossa volta, importasse à mesma, mas muito pouco...

Sou eu, Diogo Garcia, ou só Diogo, ou só Garcia. O mesmo de sempre.
O que quero dizer mais?

Que tenho no coração a vontade e na mão uma pequena chave de uma caixa de Pandora cheia de pormenores, bons e maus.

O que quero dizer mais? Mais nada...
Aliás nunca tive tempo de lhe arranjar uma música, mas também não consegui passar das duas frases por isso apenas a imaginei algumas vezes na cabeça colocando-a agora em forma escrita:

My dear, come back,
And turn again my world to black.


Fecho o envelope da uma importante fase da minha vida, com comentários de todo desnecessários, e tento compreender, e não pensar muito nisso...mas penso, e ao fechar o envelope escreve na parte de trás, com uma letra pouco cuidada a seguinte frase:

"Relax, turn around and take my hand." (Stinkfist)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dezassete

(Ainda era eu uma criança de quinze meses quando um dos dias mais importantes de todos se abre na minha vida...a primeira vez que aprendi amar. O nascimento de um primeiro irmão para dividir o mundo.)

Este blogue esteve encerrado durante uns bons meses, penso que atingiu mesmo mais de um ano. E voltei a começar nele depois de um comentário de um amigo meu, que só o conheceu este ano. Disse-me que lê-lo era uma experiência fantástica e que sentia-se muito bem quando o lia. Claro está, que todos nos sentimos bem, quando algo que fazemos, seja lá o que for, tem uma repercussão muito positiva na vida dos outros. (Quando isto deixa de acontecer, cada um segue a sua vida...(?)) Na realidade porém, a mesma pessoa, apontou para uma metamorfose drástica que este blogue tem vindo a sofrer. As descrições\reflexões "especiais" deram lugar a desabafos...Eu também o sinto. E queria, de certo, voltar à Apologia do meu eu forma antiga. A realidade porém é que essa mudança para o meu passado, como escritor de alguma coisa ainda não é hoje. Este texto vai se estender grandemente, vai ser obeso, colossal...peço desculpa ao leitor, acostumado a textos compactos, mas é vida...que podemos nós fazer? (Muita coisa...mas também não vou entrar agora em espirais de evolução, não é momento nem o lugar.) E foi um dia complicado, o de vinte e três de Abril de dois mil e dez...Há dois anos que os meus Abris não correm lá muito bem.
Nunca me senti tão arrependido de ter numerado estes textos em vez de lhes dar um título...pois desta vez seria chamado de : Elogio à mediocridade das almas. Perfeito. Um ensaio sobre a estupidez, sobre a complexidade das pessoas serem más ou se tornarem más, só para magoar os outros, tendo porém a consciência anormal de estarem a magoar os outros e de não se sentirem bem por esse facto. Repito: perfeito.
Mas contemos então esse dito dia, do ponto de vista de o homem que vive na casa das letras...
Vinha-me a interrogar mais tarde, porque teria eu, nas músicas que ia ouvindo, algo que raramente dispenso quando me movimento seja para onde for, passado à frente uma música bela (e triste e bela) como o "Three libras" para ouvir logo de seguida uma música, na óptica do cantor, anti-Cristo? De facto, ando muito estranho. Ou talvez só um bocado. A verdade é que quando a ouço não penso em Jesus. Toda a musica em si me leva para outras situações e almas, que não a de Cristo. Talvez a única coisa que de lá retiro, é que supostamente Jesus morreu pelas nossas mentiras e pecados, mas repito outra vez: supostamente. Que vos posso eu dizer? Fome. Fome.
Mas o meu dia, pelo menos este que vos quero contar, começou por volta das 15h00 quando fui ter com esse amigo meu, o leitor magnetizado por este blogue. É uma pessoa fantástica que tenho vindo a descobrir aos poucos. Um desses homens doidos, que lá sabe amar, que faz parte das histórias mais tristes e sorridentes do género 'quando um homem ama uma mulher'. Drástico e comovedor. Honesto mas nem sempre bem terminado. Nunca gostei de histórias, por outros apelidados de 'novelas', que não acabem bem. E não se deixem enganar pelo meu inato romantismo...para mim acabar bem não é só quando os amantes (os praticantes do amor) ficam juntos...claro que não. Eu sei como este mundo funciona. Acaba bem se ficarem juntos, ou não se de facto for assim a vida. Porém são raros esses casos, por isso é muito raro sorrir ao ver duas pessoas separarem-se.
Por isso lá estávamos nós, no relvado do Marquês, onde é realizado a feira do livro, a fazer testes com a máquina fotográfica, tirando fotografias ao calhas, mas com o intuito de compreender se entrava sol (que não deveria entrar) na câmara, facto que iria estragar as fotografias.
Durante toda a santa tarde, que de santa só teve um momento para calar este Diogo anti-católico, estivemos recontar histórias...aliás eu apenas as ouvi...e uma vez por outra dava a minha opinião. De tantas pessoas para desabafarem comigo, escolheu-me logo uma com todo o tipo de problemas iguais aos meus. Poderei repetir perfeito? Sim, por um lado não estou sozinho...mas por outro, ... lá fui eu de encontro a tudo o que tenho tentado passar para trás das costas...e volta tudo outra vez...de forma intensa. Por amor de Deus, tenha eu paciência para olhar para o rio, sem pensar em ti. E lá estávamos nós, ao pé do rio, com as almas meio iluminadas, a tentar convencermos-nos que estávamos no bom caminho, e que amar uma mulher é a melhor coisa do mundo. (E é). Amar é lixo por vezes, ou melhor, amar, pode acabar em lixo. E estávamos ali sentados, por um lado a sentir o vento na cara que sabia tão bem, com uma vista bastante bonita...mas inalando um cheiro a rio sujo...Como é óbvio acendi um cigarro. É em momentos destes que dou graças por ter algo que me sacie, sem a capacidade de me amar ou irritar ou odiar. Descreveste duas lágrimas que caíram, no vosso melhor momento juntos...apogeu. Toda a minha garganta perdeu a voz nesse momento. Queria nesse momento, como me disseram um dia destes na brincadeira: desejar que chegasse 2012 o mais depressa possível. E pensei ainda eu, pobre homem, capaz de chorar sozinho, enterrando-se sozinho. Nisso tive sorte, se lhe podermos chamar sorte. Duvido que seja sorte...Azar.
Queria perceber algumas razões deste mundo estranho. E não falo de coisas que têm explicação e que eu não entendo...nada disso. Falo de coisas sem explicação, que mesmo as pobres almas que as inventam nada sabem sobre elas. Decerto conhecem do que falo. Custa não custa? Dói não dói? Depende de quem faz e depende de quem recebe. Seja la o que quiserem. Verdade é, e nisto está claro, como defensor máximo da felicidade o mais bem preenchida e aproveitada possível, dei todo o meu apoio. E não fiz de advogado do Diabo como faço comigo mesmo...não. Eu com os outros dou sempre o meu melhor, aplico sempre o meu melhor eu. Não estou a ser hipócrita para com ninguém, apenas sou hipócrita comigo mesmo. E sim, força nisso. Luta. O sabor da luta é sempre melhor que o de quem fica sentado à espera de um tipo de morte qualquer. Luta. Quem sou eu para dizer alguém que chegou a hora de parar? Ninguém. E direi alguém que talvez, e repito, talvez, tenha chegado a hora de parar, se da luta apenas advierem coisas muito más...porque até chegar esse momento, de conquistar ou reconquistar quem se ama, tudo vale a pena, e tudo tem significado.
Perguntam vocês, seres sentimentais, e se a pessoa não quiser ser lutada e\ou a pessoa não reparar em cada pormenor significativo? Ah pois...eis uma raiz do problema. (Os problemas regra geral têm mais do que uma raiz. Se não tudo era muito fácil). Aqui só depende da força e vontade de quem luta, e do quanto está disposto a sofrer em "vão". Cabe a cada um decidir. Volto a perguntar, quem sou eu para tal acção? Volto a ser ninguém. Por isso, foi assim, nestas tardes que me fazem voltar a pensar...e quando não, ali está ela, a chatear-me a juízo. Diogo, Diogo muda-te. Mas não te mudes já. A vida é bela? Sem dúvida....mas não me façam dizer isso agora.
Em cada frase que dizias via-me a mim, mas versão já sem fé, por isso continuo a dizer, quem me dera estar no teu lugar. Ainda lutas por algo. E por alguma razão, acredito na razão da tua luta, mas não te sei dizer porquê. O teu objectivo é magnifico e ainda estás numa luta com um final glorificante. Ainda temos tanto para aprender e sentir. Que se lixe a arrogância de amar, de fugir, de querer esquecer. Que se lixe quem pensamos ser, com medo de não o sermos realmente. Que se lixe fecharmos a porta à felicidade mesmo que dela venham sacrifícios. Que se lixe o mundo se não está preparado para nós. Tu sabes o que queres e por isso deves lutar.
"As melhores mulheres são as mais complicadas!", são pois meu querido amigo, como sabes falar. Cabe ao homem descomplicar até não poder mais. Foi uma tarde exaustiva.
E por estar como estou, que passo à frente o Three libras para ouvir o Eulogy. Fome. Saudade.
Sim eu sei, amigos que me amam e conhecem o mundo melhor que eu: o tempo cura tudo. Eu sei. Já passei por isso...algumas vezes. É preciso é lidar com um problema: e quando não queremos que o tempo cure? Pois...é a vida. E a vida magoa e acaricia. A vida é bela nesse encostar de cabeça na outra cabeça, de cabeça no peito, etc., e em outras coisas. E magoa noutras tantas. Sentimentos à parte...vou continuar o meu discurso sobre o dia vinte e três de Abril. Tive vontade de te abraçar. Dizer-te uma coisa que é verdade, e na altura não tive coragem de dizer. Uma das razões que nos leva desde logo a perceber que afastarmos-nos de alguém é a acção certa, é ao cometer esse acto, a própria despedida em si, sentir que não é coisa certa. Porque quando o é , sentimos que: agora sim, está tudo melhor, está tudo em paz, agora tudo parece bem. Isso já me aconteceu há alguns anos, e quando é assim, então o adeus, é um adeus produtivo e de facto verdadeiro...mas quando o que sentimos é algo do género: não!, isto assim não fica bem, então meus caros leitores...repensem bem nos actos, pois não estão a fazer o que está "certo", mesmo que pensem se é esse o caso. Portanto, caro amigo, sonha e faz, estás no caminho certo. E chega, vamos ao que não interessa.
Passamos numa igreja de Lisboa...não entrava numa igreja à muitos anos...e não rezo a Deus à muitas semanas...da última vez que o fiz, é como se tivesse sido em vão. Eu sei que é uma parvoíce, tenho essa noção, mas é como se precisasse de confiar nalguma coisa que não Deus por uns meses. Mas ali estava eu...Em nome do Pai, do Filho, Espírito Santo, ámen. Mas não rezei...respirei fundo, senti toda a força do local, tentando ignorar aspectos que teria todo o prazer de criticar, dado o meu anti-catolicismo, mas não...dei-me ao silêncio. Foi bom talvez. Não sei ao certo. O que sei é que foi um dia estranho. E que queria escrever imenso, como alternativa ao que de facto queria fazer. Foi o meu dia. Mais outro dia da minha vida.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dezasseis

Agora que acabei, apesar de temporariamente, com as monstruosidades, tenho uma fome de voltar para elas que é um acontecimento imenso. Verdade seja escrita, isto é o que acontece por vezes quando duas ou mais pessoas se separam, porém, neste caso tenho em meu total poder voltar lá quando quiser. Porque não volto então? Porque estou ciente da minha fragilidade. Neste momento tenho algumas ideias, suficientemente "geniais" para voltar à carga, mas sei que passados uns textos, tudo voltará ao mesmo. Tenho de continuar a esperar, até a ferida se fechar totalmente. Sim. Nem que fique apenas uma cicatriz ou uma marca da sua presença, que me relembre as histórias, mas algo que seja apenas uma imagem, e não imagens, e falas, e contactos e experiências vividas demasiado a sério...Caramba. Por isso, estou que nem um louco, talvez à velocidade de Mercúrio, à procura de mais deuses para me elucidar, e para dar na cabeça dos que amo e dos que não amo de todo. Aceitam-se ajudas. Mas tenho de escrever algo. Tenho de dar noticias e depressa. Mas por agora estou calmo, quase quente por dentro...Que alivio. Por enquanto estou bem. Agora venham os deuses para curar, no que lhes compete, o monstro.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Quinze

(a lembrar o Catorze ou Quatorze : um banco de jardim no centro de uma selva no ceio de uma cidade, um cartão assinado com a data para lembrança...um beijo. Um começo.)

Cinquenta minutos a falar comigo mesmo. Uma experiência quase extraordinária. De que serviu? Para alcançar almas. Para me alcançar a mim mesmo, ou no pior dos casos, distanciar-me. Espero que não. A realidade é que tento já não esperar nada, porque mesmo que algo apareça, então será uma surpresa. E eu não fujo ao ser humano convencional : adoro ser surpreendido. Acabei por ter uns minutos agradáveis...existem coisas fantásticas. Continuar a sonhar é uma delas...Desistir de um sonho, é outra. O monstro está adormecido...mas não por muito mais tempo.
Foi uma terça feira como outra qualquer, apenas mais iluminada. Mas longe da sua máxima iluminação.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Catorze ou Quatorze

"Uau! Visual novo!?", poderia ter respondido com um sorriso, mas a vontade estava próxima do nulo: Eu prefiro chamar-lhe preguiça, foi a minha resposta. Já alguns me viram, neste momento pareço tirado do elenco dos três mosqueteiros. E esta? Muito bem. Mais tarde nesse mesmo dia, alguém me adiciona no messenger...tudo bem...perguntei-lhe onde tinha arranjado o meu email, a resposta foi tudo menos normal e razoável. "Que idade tens?" Tenho vinte e dois, mas ainda espero fazer os vinte três, "Pareces mais velho!" (Mas que raio?[para não utilizar a expressão que me veio na altura, que além de ser americana é bem mais pesada]) "...e tens namorada?!". MAS QUE RAIO? Não pensei duas vezes antes de bloquear. Mas estamos em que planeta? Nalgum planeta nitidamente estúpido. Ou será parvo? Foi um dia de todo fora do normal. Como se não chegasse tive uma viagem de barco sonâmbula. Já me tinha bastado ler o meu amigo Descartes, deixando na cabeça a palpitar, para não mencionar outras partes do meu corpo, com a frase: "libertar-me de todos os arrependimentos e remorsos que costumam agitar as consciências desses espíritos fracos e hesitantes que se deixam levar a praticar, como boas, as coisas que em seguida consideram más.", para em seguida ler, da autora Cecelia Ahern ( Para sempre, talvez) a frase: "De qualquer forma, aquilo que quero dizer é que não pretendo ser uma daquelas pessoas que se esquecem facilmente, que são tão importantes durante algum tempo, tão especiais, tão influentes e tão amadas, e que, no entanto, depois são esquecidas, como se nada tivesse acontecido de importante!" Mas o dia hoje preparou-se para me amar? Sinto-me ironizado. Fechei o livro, entreguei-me ao silêncio e à música que ia ouvindo baixinho.

domingo, 11 de abril de 2010

Treze

Mais um fim de semana que passou seco, cinzento. Numa tentativa de o passar bem, encontrei poucos momentos iluminados, no entanto agarrei-me a eles o melhor que pude. E depois, como senão bastasse, fui revistar textos meus, na tentativa de conseguir ganhar um concurso literário...reencontrei textos que me fizeram estancar, em todo o meu corpo, menos nos olhos...algo se formou. Fechei os olhos e mudei de texto. Mas apareceu outro...e outro. Deviam ser uns quatro ou cinco...E outros poucos que reafirmavam o meu medo de estar errado. Depois de tanto céu, aqui estou no inferno, o inferno que todos "previam" não acontecer, mas parece que apareceu de facto. Afinal, está certo, para mal da minha pessoa. Não existe mal em temer-se estar-se errado...a menos que se esteja mesmo. Às vezes odeio-me. Por essas e por outras coisas. Mas tenho saudades da pessoa que era quando os escrevi, porque nessa altura não passava de medo, agora vivo-o. Nessa altura não passava de medo e eu era feliz, a descobrir aos poucos, ao deixar-me ir, a receber quem se deixava vir. Agora sobra um vazio. Agora sobra nada. Agora não sei que fazer, e esperar, apesar de dotado de paciência, enerva-me. Custa-me. E quero. Mas nada acontece. E quando o sonho dá lugar à mágoa então sabemos que estamos numa encruzilhada muito mas muito desagradável. Não o desejo a ninguém.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Doze

Nestes últimos dias corridos, pouco ou nada tenho feito de útil, quer para mim, quer para os que me rodeiam. Tentei dar alguns passos, de volta a algo, mas a verdade é que foram passos muito pequenos, quase despercebidos. Falta-me algo. E neste momento não me considero eu próprio, pelo menos na sua totalidade. A única vantagem em todo este "desleixo" quatidiano é ter começado a ler o Discurso do Método, de René Descartes. Estou por fim a aproximar-me de algo que deixei à muitos anos: uma via pelo interesse filosófico e do pensar. Já venerei em tempos leituras de pessoas conhecidas na História, pessoas que alguns gostam, outros nem sequer compreendem o seu contributo, dado muitas pessoas não darem valor à essência da frase: pensar a tempo inteiro. E venerei Sócrates, Descartes, Emanuel Kant, Freud. Mas acabando o secundário destanciei-me destes pesos pesados do livro do mundo. E agora, em plena faculdade, um professor, esteriotipado pela maioria dos alunos como "louco" coloca o desafio aos alunos de ler o Discurso do Método. Durante quinze minutos, que passaram como se fossem apenas alguns segundos, enquando viajava de barco, consegui sorrir de verdadeira satisfação. Li algumas coisas que para mim fizeram todo o sentido, neste preciso momento, e outras que fazem sentido em todos os momentos. Estou a pensar fazer um texto mais sério, com frases tiradas do próprio livro de Descartes, com as minhas reflexões, e colocá-lo nas narrativas desse dito monstro. Descobri que o monstro quando pensa dói tanto como quando sente, o que me faz chegar à triste conclusão que não devo ser frio, nem quente, sou talvez ameno, algo que me revolta ainda mais. Mas não tirarei conclusões precipitadas. De que me serve sofrer por antecedência? Vale de muito se de facto algo se vier a provar. Vale de muito nada: se for sofrer em vão.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Onze

Criei outro blog. Numa conversa com um amigo, num dos piores dias da minha vida (que me recorde) falou-me de um filme em que alguém lutava com monstros mitológicos. Sempre gostei de histórias que envolvessem mitologia. Dois dias depois, já muito eu tinha mudado, devido às condicionantes do destino (ou seja lá o que for), lembrei-me de Ícaro, essa personagem mitológica, que voou mais alto do que deveria. Meu pensado meu feito, tive a ideia de criar algo que me pudesse ajudar a reflectir (ainda mais) e a quem o fosse ler, criei-o. Estou numa fase em que tenho perfeita noção que tenho de manter a cabeça ocupada, os únicos dois problemas é que: por um lado preciso de mais...isto vai chegando, mas pouco, por outro lado estou numa fase má de organização pessoal. Sei que existem prioridades na vida, mas neste momento não são a elas a quem me entrego. Estou ligeiramente à deriva, apesar de saber aquilo que quero e aquilo que preciso. Mas sabe tão bem deixar tudo andar, sem nos preocuparmos o suficiente. Mas sei que está errado. Então porque o faço? O pior ser humano não é o que erra sem querer, mas sim o que erra sabendo que está errando, isso possivelmente faz de mim, (acabo por chegar sempre a este ponto) um monstro. De alguma forma. Preciso de palavras de apoio? Não. Preciso de uma luz que me guie? Não. Preciso que alguém segure uma luz apenas para eu saber que está lá. Não sou como os outros, não sou como mais ninguém. Tudo o que tenho de bom e de péssimo sou eu que carrego, não o carrega mais ninguém. Neste momento sou neutro. E não me tolero. Que seja amor ou que seja ódio. Já passei a fase da paz armada, encontro-me na fase de guerra inglória. Preciso de encontrar o meu lugar na minha história, e na dos outros. Obrigado por me ouvirem.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Dez

Estava sentado no barco enquanto fazia um zapping no meu mp3. Sei que passei muitas músicas, muito depressa. Até que parei numa, que ultimamente tenho passado sempre à frente. Porque razão ouvi-la agora? E de facto a vida é uma "coisa" engraçada...procurei eu tanto tempo e com tanto afinco por uma frase, e hei-la. Mesmo sem muita vontade, esbocei um sorriso. Todos nós temos, ou deveríamos talvez ter, algo que nos "fortifica" ou que nos "ilumina", e é isso que para mim certas 'ferramentas' servem, para me colocar num lugar melhor. E sim, terei sempre dentro de mim algo que me incita a me elevar, a uma elevação. Por momentos esqueci-me de quem era e daquilo que fiz por ser. Esqueci-me de algo que já sou há muito tempo e que tem feito de mim um ser humano mais completo, quer no que toca a mim próprio, quer nas relações que cultivo. E precisei de ouvir uma música, que ficou presa por alguma razão, para me recordar.
Somos seres incompletos, não tenho qualquer dúvida. E fui pensando nisto, enquanto estava no barco, tentando encontrar certezas, para um mundo tão (simples) complicado, tentado arranjar soluções para mim e para o resto do mundo. Às vezes gosto de pensar um bocado mais além da rotina, seja ela boa ou má.
Voltei por momentos a mim mesmo. Outra vez sério. Pensativo sem alegria de sentimento, apenas pensativo. E ouvi devagar, como se fosse a primeira vez, com se fosse a última, como se a minha vida naquele momento não tivesse mais nada além da canção: "over thinking, over analyzing separates the body from the mind.
Withering my intuition leaving opportunities behind.
Feed my will to feel this moment urging me to cross the line.
Reaching out to embrace the random.
Reaching out to embrace whatever may come." Neste mundo só estamos sozinhos se assim o quisermos, entre outras coisas. Continuarei mais tarde, noutro sitio.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Nove

[Nove é o número favorito de alguém. Alguém esse que merecia receber nove peluches em nove anos. É por isso Nove o número escolhido para representar uma prenda.]

Hoje vim mais cedo do que o habitual para casa. A única diferença na minha habitual rotina, é que em vez de sair no Marquês de Pombal ou no Jardim Zoológico, para depois apanhar o autocarro para Benfica, saí do barco e subi a pé até ao Marquês de Pombal. Se as pessoas me vissem fora do contexto daquele dia, teriam pensado que chorei durante uns vinte e cinco minutes, de forma abundante...Mas não. Foi um dia de chuva, muita chuva, e eu como sempre não tinha chapéu de chuva. Porque subir a pé uma rua inteira à chuva quando podia ter apanhado transportes públicos? Porque me apeteceu. E soube-me mesmo bem. Andei vinte cinco à chuva...Algumas pessoas estavam chocadas com a minha estupidez, outras olhavam de lado...não as censuro. Nem todos podemos viver a vida da mesma maneira. Não considerei um acto irresponsável. Sabia que chegando a casa iria tomar um bom banho quente e vestir-me com roupa seca. Já tinha feito isto mais vezes na minha vida...mas nunca como hoje senti uma calma tão grande, e uma ausência de pressa em chegar ao Marquês de Pombal, onde apanharia o autocarro directo para casa. Eu chovia. Água escorria-me da cara como se chorasse e soasse. O meu cabelo estava pesado, e todo o meu corpo. Quando parava para atravessar a passadeira sentia um atrito enorme em voltar a andar, pelo peso extra desconhecido. Com poucas pessoas imagino-me a repetir esta experiência. O que me custa sentir, é o que todos sentimos...porque fugimos nós de algumas coisas e as evitamos, quando elas por muitas vezes não passam de água que cai do céu?