quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sessenta e um

Dormi cinco horas...Cinco horas. Mas é engraçado notar, que primeiro vivi um tédio de duas horas na cama...Para quem não me conhece: estou a ser irónico. Já o tenho dito:
um bem quando vem costuma vir sozinho...e nem sempre dura muito (o que é uma pena do tamanho universal), já um mal...regra geral nunca vem só. Esta vida adora brincar comigo, e connosco. E começo a perder a paciência com tudo. Infelizmente, devido a pessoas no ramo e a livros que já li, sei perfeitamente o que pode derivar de problemas com sono...Acabo apenas por esperar que isto seja uma fase e não um sintoma. Ando totalmente desencontrado. De todos e de mim mesmo. Tenho ideias que morrem logo, algo que nunca fez parte de mim. Desisto sem sequer tentar...Ando ao contrário. Sou o contrário do que era.
A minha melhor amiga tem sido literalmente a escrita. Mas mesmo neste ponto não estou a encontrar respostas, escrevo e apenas isso, fica escrito. Não existe repercussão.
Até posso dizer que estou a precisar de férias. Mas com quem? Onde? Porquê?
E o pior sentimento que sinto de momento e que posso descrever é: saber o que quero e nada fazer para o alcançar. É como se já não dependesse de mim...é como se...tivesse apenas de esperar. E isto nada me agrada. E isto nada altera.
Nem sei porque estou a escrever isto. O tédio leva-me a escrever. E este tédio faz-me mal.

Sessenta

Continuar a fazer da escrita a coisa mais positiva e produtiva da minha vida, porque nada mais faço digno de ser partilhado...nada. Não é humildade, nem desvalorização, é a mais pura das verdades. E também aqui preciso de mais, mas este fado também aqui me prende, deixando-me à deriva, num compasso de espera que demora tanto...mas tanto tempo. É pedir muito uma chance em mim? Seja no que for?
"Vão para o diabo sem mim! Para que havemos de ir juntos?!" Fernando Pessoa (Lisbon Revisited)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cinquenta e nove

E é isto:

Who (really) cares?

Something kinda sad about
The way that things have come to be.
Desensitized to everything.
What became of subtlety?
How can this mean anything to me?
If I really don't feel anything at all?

E depois sobra alguém, no centro de todo este universo que diz:

I'll keep digging
Till I feel something.
Relax,
Turn around and take my hand.

Volto a perguntar:
Who (really) cares?

E as trevas abrem-se, como um portal, uma porta para um mundo melhor...Who cares?

Cinquenta e oito

A única coisa boa que tenho para festejar (além de estar vivo (algumas reticências)) é ter chegado aos dois anos das Narrativas de um monstro. Não vou dizer que é preciso habilidade e engenho, mas é preciso inspiração, à qual estou agradecido.
Apesar de ter estado em dois meses onde abundou escrita de dentro do meu ser tenho "medo" que esse ciclo tenha terminado...deixando-me numa sala de espera. Também, verdade seja dita, não posso escrever todos os dias sem pensar em cansar-me...mas mesmo assim. Não sei. Hoje escrevi um texto...e pelo andar da carruagem as sombras vão existir em mim durante muito tempo ainda. Mas também, que seja eu então: sombras. Trevas. Na realidade fui-o durante anos...só porque virei luz durante uns tempos, a verdade é que quase sempre fui trevas. E ser trevas não é ter um contrato com o "mal", nem seguir a Lúcifer. Mas também não é um grande estado de espírito. Penso que apartir de amanha em diante só me visto de preto. Por todo o corpo. Talvez seja melhor assim.
Conto escrever mais um texto, de auto-aniquilação, auto-julgamento, e de aniquilação e julgamento, e tudo ao mesmo tempo...E depois disso...Não sei. Queria parar. Vamos ver se consigo. Enfim...
Façam por viver bem e por serem felizes. (Difícil não é ser impossível...Olhem para a História...Enfim.)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cinquenta e sete

A entrar num tédio depressivo, sentimental e físico, onde abunda o atrito e a falta de vontade...

sábado, 26 de junho de 2010

Cinquenta e seis

A satisfação pessoal é menos fácil de alcançar do que eu pensava. E a vida que eu tanto descomplicava, numa luta constante por todos aqueles que a gostam de complicar, começa aos poucos a tornar-se de facto complicada. Estarei eu a perder esta batalha? A perder esta guerra? Estarei eu a render-me há mesma falta de motivação que vos assombra cada passo?

Temo um dia deixar de ser esse monstro que com um sorriso consegue ver a simplicidade escondida nas vossas invenções complexas, esse monstro que vos dá um estalo com luvas de ferro capaz de acordar para tudo isto...Temo vir a deixar de ser quem sou, tudo devido a lutas constantes que não me levam onde eu quero.

E eu não quero ser amargo, frio, e ausente desta realidade bela...não. Mas para lá caminho...
E se for uma questão de tempo só me resta, enfim, esperar...
A ironia da vida dá-me vómitos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cinquenta e cinco

Como sei que estou a "bater num fundo"?
Porque estou a beber café...
.......................Onde vai isto chegar?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cinquenta e quatro

Vou-me escrevendo. Será o remédio? Será a cura?

São perguntas retóricas que coloco a mim mesmo.

Depois de cada dia passar praticamente igual ao anterior.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cinquenta e três

São três da manhã. Uma sombra nunca vem só...e logo hoje que estava a ter um sono tranquilo...logo hoje que não demorei muito a adormecer...mas desde de manhã que tenho as pernas cheias de picadas de melga. Se durante o dia tenho uma excelente resistência a não coçar e a evitar tocar nelas, de noite, no mexer do corpo de quem dorme nada posso fazer...roço na cama...a comichão começa, e eu no sono, começo a coçar-me. Quando dou por mim estou na casa de banho, com os olhos vermelhos, cheio de sono, a tentar para toda esta comichão. Que horror. Não estou bem em lado nenhum. Logo hoje...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cinquenta e dois

Sou um covarde, sou um hipócrita, como muitos pobres coitados que andam por aí. Estava a absorver, com uma sede pouca um pouco de nicotina, ao sol, encostado à parede de betão escura, que devido à sua cor e devido ao sol estava quente. E ali estava eu, numa paz armada, quando ouço gritos de euforia e vitória, que me chegavam das janelas dos prédios, das esplanadas dos cafés, do meu próprio edifício. Portugal tinha marcado o primeiro golo. E eu ouvi a alegria, mas olhei para a relva, e todo o mundo manteve-se igual. Estava tudo no mesmo lugar, na mesma situação. Que falta de transtorno, que falta de paciência. Apago o cigarro e volto para dentro.

Cinquenta e um

Noite mal dormida. O sono perdeu-se algures. Fiquei pregado à cama pela preguiça de adormecer. Uma fúria abate-se sobre mim, por todas as razões lógicas e não lógicas, e fico pregado à cama, sozinho, sem conseguir mais ninguém. A minha solidão é quase consciente, e agora que estou mal acordado, com um estômago meio doente, meio vazio, com um sabor a mentol na boca, mais sabores que derivam do tabaco, .... não sei. Queria explodir. Mas por pouco tempo. E agora faço-me ao dia, como se a noite péssima, a noite de todos os dias, nunca tivesse existido. Sou um covarde, sou um hipócrita.

domingo, 20 de junho de 2010

Cinquenta

See my shadow changing,
Stretching up and over me.
Soften this old armor.
Hoping I can clear the way
By stepping through my shadow,
Coming out the other side.
Step into the shadow.
Forty six and two are just ahead of me.

(Forty six and two)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quarenta e nove

Para mim, eu que mudo pouco em muita coisa, as coisas pequenas serão sempre as mais importantes. Sempre. Posso complicar-me mas não complico, aliás, faço por facilitar, por mostrar simplicidade onde querem descobrir complexidade. As coisas pequenas são as mais valiosas e é a elas que me agarro, sempre que posso.

Quarenta e oito

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quarenta e sete

Counting bodies like sheep to the rhythm of the war drums...

Step away from the window...

Don't fret precious I'm here...

Pay no mind what other voices say
They don't care about you, like I do, like I do...

Safe from pain and truth and choice and other poison devils...

Hold you and protect you from the other ones...
Just stay with me.

(Pet)

Quarenta e seis

Dizem que o futebol faz milagres, que consegue unir povos, que faz esquecer crises enquanto se dá esse espectáculo com a bola, entre outras coisas...eu acreditava de certa forma. Mas ontem, ontem existiu um momento de união familiar...um momento que não acontecia na minha vida à muitos anos...Três homens aqui em casa, sentados juntos, a ver o Brasil contra a Coreia do Norte. Eu, o meu pai e o meu irmão. Os três. Sentados a apreciar essa magia...Num clima bastante leve e saudável fomos trocando sempre algumas palavras, e vibrando com essa magia brasileira. Foi um momento único. Que confesso, dada a minha alma, que adoraria repetir. Vamos ver se se proporciona.
Para nossa felicidade o Brasil encantou, dento do possível, e ganhou por dois um.
Este mundial, assim como o europeu, não me encanta por ver Portugal em acção. Isso já não me faz vibrar há muitos anos. Vibro sim, como qualquer ser humano que gosta de futebol, de ver grandes selecções a dar luzes, muitas luzes, de sua graça...e é isso que me tem dado algumas horas de prazer visual. E é isto. Que o Brasil chegue longe, se isso significar mais jogos a três...Obrigado pelo momento.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quarenta e cinco

...desfragmentadas. Qual foi a altura da queda? Mais próximo do abismo.

sábado, 12 de junho de 2010

Quaranta e quatro

Já não sei se as peças encaixam. Sei apenas que se encontram no chão.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quarenta e três

A melhor novidade que recebi esta semana foi que a serie que devorei duas temporadas em pouco mais que uma semana vai voltar em Setembro ou Outubro. Já a tinha visto a anunciar na televisão e nutri algum interesse mas nunca fiz por ver. Um dia, sem querer, num tédio que me levou à televisão (este acontecimento é tão raro que não me lembro da última vez que aconteceu), por acaso calhei de ver o primeiro episódio. Castle, é o nome da serie. É muito ao estilo do Bones, mas com alguma graça mais à mistura.
E mais?
Terça feira, dia de médico, antes de embarcar para sair do Barreiro chegou-me às mãos um panfleto, que em letras vermelhas e bem gordas dizia: "Não ao anti-comunismo!"...Não o rasguei no momento por respeito a quem o distribuiu, possivelmente um coitado da juventude comunista...Mas que raio? Anda tudo doido só pode. Mas alguém com o mínimo de senso não vê o que se passa neste país? Porque não vão brincar para a linha férrea e me fazem um enorme favor?
Enfim.
Hoje, a Diana, nome carinhoso com o qual batizei o meu computador portátil, levou um banho de leite. Em toda ela. Tive de fazer umas limpezas gerais, etc. Esta minha menina em menos de seis meses é o segundo banho que leva. Da outra vez foi água Pleno. Mas foi apenas um susto ao que parece...O que não a matou...bem não a matou. E apenas isso. Ainda aqui está para mais alegrias.
Algo me diz que por agora fico por aqui. E fico mesmo...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quarenta e dois

Existo. Sou real. E sou deste planeta.
(Serei este tanto todo?! Isso tudo e não só. Ou nada.)

O quão importante é uma pessoa?

As respostas são imensas, e são subjectivas.
Uma das respostas: Quando fazemos parte dos sonhos
de alguém,
que os sonha enquanto dorme

mas mais importante ainda

quando os sonha acordado.

E demorei a perceber que uma frase tão simples, apesar da complexidade do seu acto (poucos o conseguem talvez), como Amar Os Defeitos Do Outro, já estava dentro de mim, quando a sentia através da frase:


" Come as you are ... "
e
vou
sentindo


A vida é irónica? Já somos dois.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quarenta e um

Quando era um jovem dos meus treze anos lembro-me de ter escrito um texto intitulado de "sessão de nervosismo", um texto de três páginas sobre uma tarde de espera no centro de saúde de sete rios. Penso que na altura terei esperado três ou três horas e meia para ser atendido. Ontem só esperei duas e pouco...Mas não vou fazer um texto colossal. Nem sequer me apetece. Fumei uns três cigarros...e ia morrendo de tédio. O telemóvel manteve-se sempre 'silencioso'. Acabei por ouvir música e jogar jogos de lógica, a ver se puxava pelo cérebro. Duas horas e tal para ser ter uma consulta de dez minuto...Que pachorra. Ao menos fui atendido pelo meu "Dr. House", a minha médica de família que me conhece desde pequeno. Disse que me queria apertar o pescoço, e que me queria puxar as orelhas, ao que parece fiz asneira da grossa. Mas pronto, é algo de possível correcção. (Espero). Disse que adorou ver-me, que estava um 'borracho' e que tinha um brilho e uma cor de olhos magnifica, e que também já tinha visto o mesmo na minha mãe. Fantástico. Fora isso, nada de mais. Desta vez não foi uma longa história, mesma tendo ficado à parte de alterações importantes e talvez dignas de serem revistas. Mas pronto. Por alguma razão, ao contrário do costume, fiquei mais calado, e fui apenas ouvindo.
As coisas boas raramente aparecem umas a seguir às outras e muito depressa...já um mal nunca vem só e muitas vezes vem um atrás do outro muito, mas muito depressa.
Não sei o que fiz de mal, o destino vai-se vingando de mim aos poucos, (ou será a minha cabeça?), além de tudo o que não tem corrido como eu queria, (eu bem temia Junho. Devo ter algo parecido com um sexto sentido), na semana passada caí sozinho no meu quarto, pisei e bati em dois ou três objectos e caí no chão. Ontem parti-me todo no autocarro. Foi a 'sessão de nervosismo 2010', uma pseudo cura...para uma pseudo doença. E chego a casa, não sei com a cabeça a onde, tudo o que seguro cai ao chão, papéis, objectos, como se não os segurasse com vontade. O meu mp3 caiu ao chão...Acabou. ("Morreu")
Tenho noção, já vi isto acontecer a muito gente, às vezes andamos numa maré de "azar", tristeza, coisas más resumindo. Mas também ninguém fica nessa "fase" toda a sua vida...Quero sair daqui para fora. Estou farto disto. Queria..

terça-feira, 8 de junho de 2010

Vinte e vinte ( Quarenta )

...(suspiro)...

'Sometimes , some things...'

E não só.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Trinta e nove

Como cheguei a isto?
Sim, também o sinto. Sinto o meu ser demasiado apertado. Nesta realidade, neste momento, nesta existência. Estou demasiado...farto. Esta realidade satura-me. Deixa-me...a sonhar, por aí, enquanto devia estar apenas, e apenas só: vivo. Parece que descobri mais um problema...Onde vou eu chegar assim? Então não me basta sentir vivo? Não me bastava? Tive de descobrir que queria mais do que isso? Mas porquê?
Esta vida...e o que eu faço dela. E o que eu faço por ela. Alguns vão-me falando. Falam muito. E não sei até que ponto tudo o que eles dizem me faz melhor ou não, pois a verdade, seja assunto de importância ou não, eu não os ouço totalmente. Não senhor. Abrem a boca, soltam vários sons seguidos que formas palavras que de seguida formam frases...mas eu, eu não vos ouço. A minha cabeça não está aqui. Ou pelo menos não está no sitio. Poderão algum dia perdoar-me? Eu até posso acenar que sim, mostrar um sorriso, mas as palavras não é que entrem e saiam...é que possivelmente não entram mesmo. Não é por mal. Apenas preciso de umas férias de mim mesmo. Eu não sei. Não sei mesmo. Ou então, é o mais provável, dado o mundo que é: devo saber mas finjo não saber...Confessem, às vezes fazem coisas contra a vossa vontade. Às vezes fogem quando querem abraçar, dão um estalo quando querem beijar. É. Somos. Tudo.
Como cheguei a isto?
É uma longa história. Ao que vejo, e ao que começo a entender do ser humano, não sei se ficariam felizes, tristes ou apáticos com a história. A verdade é que é a minha história...e isso, para mim, é suficiente. Eu não preciso de férias. Nada disso.
O que eu preciso é daquilo que não tenho. E este não é um problema que acontece a todos. Nem é um problema usual na minha pessoa. Para já e por enquanto é só agora.
Como...cheguei eu a isto?
Chegando, diriam alguns. Eu por mim não diria nada. Vive-se, sente-se, e vai-se vivendo.
Detesto números ímpares...talvez seja por isso que estou neste estado. Não sei que me diga. Não sei que me faça...
O relógio que não tenho parou. Deve ser hora de esperar. Ou será hora de dar corda? Ai maldito relógio que não tenho.
Se vocês me dessem a resposta, a resposta certa, eu vos daria tudo. E o tudo talvez fosse pouco. E para mim o pouco às vezes pode ser nada. Eu já não sei o que digo. Vou dormir...ou não.