quarta-feira, 14 de julho de 2010

Setenta e dois

Durante alguns dias tenho esperado viver melhor...e de certa forma tenho conseguido. Estou longe de estar no meu melhor eu, no eu que faz pela vida futura no que toca a um futuro recheado de trabalho, no entanto as sombras...para já...estão calmas. Mas nem tudo é sempre um mar de rosas...E problemas todos nós temos. Todos. Uns maiores outros menores. Alguns que podem nos fazer pensar o que fazemos nesta vida além de sofrer, outros apenas: para onde vou e como? E hoje acabei por ter uma noite feliz apesar de confusa...Tenho de vos agradecer de certa forma...Somos C4 por uma razão. Somos amigos por uma razão. Ou talvez não, mas o que interessa?! Andei tanto tempo a afastar-me daquilo que tanto me faz falta...Sei o que procuro e a minha cabeça pouco ou nada tem estado ajustada com o meu coração. Se um funciona mal o outro não funciona melhor...E mesmo antes de ter engolido de um só golo, a algum custo, um copo pequeno de absinto, essa pequena maravilha que é temporária, senti por um minuto uma paz interior...tocava uma música, um cover qualquer dos room five, e todas as pessoas à minha volta conversavam alegres, com copos na mão...E eu caminhava, com três amigos à minha volta...E deixei-me por momentos, por sessenta segundos, ser feliz...Numa paz de fazer inveja a qualquer monstro ou ser humano...No que pensei? Em muitas coisas...E todas elas felizes...
Estou farto de matar o meu pensamento em asas algemadas. Hoje, mais do que nunca, tive a certeza que o ser humano é capaz de tanto...E todos nós podemos ser felizes...não é cliché, não é um Diogo que diz coisas bonitas só para iludir...Não. É a verdade. É para alguns uma triste verdade...Porque preferem recolher-se no horário obrigatório, de uma regra por eles inventada e alimentada. Hoje o ser humano abraçou-me. E eu senti-o. E eu quis agarra-lo para sempre...Fazer com que acreditasse que de facto o bom ultrapassa o mau...E é a verdade. Hoje descobri que as trevas não me escolheram...fui eu que as escolhi. E é isto que acontece à maioria das pessoas...é mais fácil renderem-se às trevas que procurar um pouco de luz...Nós nesta vida temos de saber: aprender com os erros, não ter medo de dar e de receber...mas é importante saber ser sem medo...e viver? Viver é uma luta e uma paz.

Descobri hoje que o ser humano depende mais dele do que dos outros que o rodeiam. E apesar de precisar muito dos outros, precisa de se mudar a si primeiro. Saber o que quer e depois soltar-se.
Hoje sofri isso na pele. Hoje senti que o ser humano não é uma razão para eu morrer,
mas sim uma razão para eu lutar por. Depois de vinte e três primaveras penso ter descoberto a minha verdadeira razão de viver...e alegra-me. Não me basta mas talvez seja aquilo para que fui criado.
Que posso fazer? O mesmo de sempre: tudo o que estiver ao meu alcance. E é o que farei sempre, no que toca aos outros.
Só perdoo os que já nascem nas trevas. Não posso resguardar quem nelas quer entrar, quem nelas quer viver.

E eu sei, sei mesmo, e sinto, que sou trevas. Mas não sou só trevas. E ao descobrir isto cresci...
Quem me dera conseguir mudar outros, iluminar ainda mais...Mas talvez seja irónico, ou não, é isso que continuo a fazer...Continuo a lutar pelo ser humano. E a minha razão de aqui estar é mais importante do que pensava. Eu faço falta a muitas pessoas...E ao descobrir os porquês entendi que sou muito mais. Descobri que sou eu e esse eu é importante...

Eu fui, sou e serei sempre trevas, mas serei sempre mais do que isso, e é isso que nos nossos corações devia se fazer sentir mais. Não será hoje que fecho uma porta. Fecho-a quando tiver de a fechar, porque se eu decido muita da minha vida, vocês têm o mesmo poder.
E espirais existem muitas...como em tudo...e todas são substituíveis.

"Spiral out...keep going...spiral out...keep going..." A vida é o que nós fazemos dela...Podemos aceitar esse facto e fazer dela algo belo, que nos preencha, que nos ame, ou podemos esconde-la numa caixa...
Eu faço.
Eu farei sempre.
Desistir é algo que não aplico no ser humano.

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