segunda-feira, 7 de junho de 2010

Trinta e nove

Como cheguei a isto?
Sim, também o sinto. Sinto o meu ser demasiado apertado. Nesta realidade, neste momento, nesta existência. Estou demasiado...farto. Esta realidade satura-me. Deixa-me...a sonhar, por aí, enquanto devia estar apenas, e apenas só: vivo. Parece que descobri mais um problema...Onde vou eu chegar assim? Então não me basta sentir vivo? Não me bastava? Tive de descobrir que queria mais do que isso? Mas porquê?
Esta vida...e o que eu faço dela. E o que eu faço por ela. Alguns vão-me falando. Falam muito. E não sei até que ponto tudo o que eles dizem me faz melhor ou não, pois a verdade, seja assunto de importância ou não, eu não os ouço totalmente. Não senhor. Abrem a boca, soltam vários sons seguidos que formas palavras que de seguida formam frases...mas eu, eu não vos ouço. A minha cabeça não está aqui. Ou pelo menos não está no sitio. Poderão algum dia perdoar-me? Eu até posso acenar que sim, mostrar um sorriso, mas as palavras não é que entrem e saiam...é que possivelmente não entram mesmo. Não é por mal. Apenas preciso de umas férias de mim mesmo. Eu não sei. Não sei mesmo. Ou então, é o mais provável, dado o mundo que é: devo saber mas finjo não saber...Confessem, às vezes fazem coisas contra a vossa vontade. Às vezes fogem quando querem abraçar, dão um estalo quando querem beijar. É. Somos. Tudo.
Como cheguei a isto?
É uma longa história. Ao que vejo, e ao que começo a entender do ser humano, não sei se ficariam felizes, tristes ou apáticos com a história. A verdade é que é a minha história...e isso, para mim, é suficiente. Eu não preciso de férias. Nada disso.
O que eu preciso é daquilo que não tenho. E este não é um problema que acontece a todos. Nem é um problema usual na minha pessoa. Para já e por enquanto é só agora.
Como...cheguei eu a isto?
Chegando, diriam alguns. Eu por mim não diria nada. Vive-se, sente-se, e vai-se vivendo.
Detesto números ímpares...talvez seja por isso que estou neste estado. Não sei que me diga. Não sei que me faça...
O relógio que não tenho parou. Deve ser hora de esperar. Ou será hora de dar corda? Ai maldito relógio que não tenho.
Se vocês me dessem a resposta, a resposta certa, eu vos daria tudo. E o tudo talvez fosse pouco. E para mim o pouco às vezes pode ser nada. Eu já não sei o que digo. Vou dormir...ou não.

Sem comentários: