quinta-feira, 15 de abril de 2010

Catorze ou Quatorze

"Uau! Visual novo!?", poderia ter respondido com um sorriso, mas a vontade estava próxima do nulo: Eu prefiro chamar-lhe preguiça, foi a minha resposta. Já alguns me viram, neste momento pareço tirado do elenco dos três mosqueteiros. E esta? Muito bem. Mais tarde nesse mesmo dia, alguém me adiciona no messenger...tudo bem...perguntei-lhe onde tinha arranjado o meu email, a resposta foi tudo menos normal e razoável. "Que idade tens?" Tenho vinte e dois, mas ainda espero fazer os vinte três, "Pareces mais velho!" (Mas que raio?[para não utilizar a expressão que me veio na altura, que além de ser americana é bem mais pesada]) "...e tens namorada?!". MAS QUE RAIO? Não pensei duas vezes antes de bloquear. Mas estamos em que planeta? Nalgum planeta nitidamente estúpido. Ou será parvo? Foi um dia de todo fora do normal. Como se não chegasse tive uma viagem de barco sonâmbula. Já me tinha bastado ler o meu amigo Descartes, deixando na cabeça a palpitar, para não mencionar outras partes do meu corpo, com a frase: "libertar-me de todos os arrependimentos e remorsos que costumam agitar as consciências desses espíritos fracos e hesitantes que se deixam levar a praticar, como boas, as coisas que em seguida consideram más.", para em seguida ler, da autora Cecelia Ahern ( Para sempre, talvez) a frase: "De qualquer forma, aquilo que quero dizer é que não pretendo ser uma daquelas pessoas que se esquecem facilmente, que são tão importantes durante algum tempo, tão especiais, tão influentes e tão amadas, e que, no entanto, depois são esquecidas, como se nada tivesse acontecido de importante!" Mas o dia hoje preparou-se para me amar? Sinto-me ironizado. Fechei o livro, entreguei-me ao silêncio e à música que ia ouvindo baixinho.

1 comentário:

Joana disse...

Às vezes, a vida parece querer mostrar-nos algo, enviar-nos um sinal, muito subtilmente. Será que devemos ligar a esses sinais? Eu sei o que é sentir isso, e na maior parte dos casos, segue o que sentires

«Sinto-me ironizado. Fechei o livro, entreguei-me ao silêncio e à música que ia ouvindo baixinho» (: