quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dezanove

(Apesar de há muito tempo estar enterrado na minha pessoa esta história, não deixa de ser "bonito" falar deste dia como o meu primeiro beijo, um primeiro abraço sentido, e uma relação que se prolongou. Verdade seja escrita que a única coisa boa que adveio de tudo isso, foi uma pessoa mais amadurecida. Quer a nível humano, quer a nível escrito.)

Cheguei a essa terra cinzenta, onde é louvado o comunismo. Mas pela primeira vez, desembarquei com alguma paz de espírito e sem uma vontade total de voltar para a minha bela terra. Quando digo cinzenta é porque nela abunda o pó e o lixo. Estou a falar do Barreiro, terra considerada industrial. De várias coisas destacou-se um céu iluminado de nuvens que me possibilitou sair do calor com o qual a minha querida e adorada Lisboa se despediu antes de embarcar. E por momentos, fez-me lembrar esse "orgasmo terrinha" (nome inventado por mim, e acarinhado por quem já o sentiu), que se sente na piscina da casa da minha tia Marta, na Sapateira (Castanheira de Pêra). Este nome foi inventado, quando depois de um bom banho, deitados nas cadeiras, apanhamos uma quantidade abusada de sol e ao mesmo tempo, ainda molhados, aparece um vento muito fresco que nos passa o corpo todo. Fantástico. Como é lógico isto pode acontecer noutros locais, ficou com este nome por ter sido onde foi.

1 comentário:

Joana disse...

Esse dito orgasmo é realmente fantástico e uma daquelas pequenas sensações da vida, que nos fazem agradecer por de facto estarmos vivos.
Pequeno retrato da simplicidade da vida, muito bom :)