domingo, 11 de abril de 2010

Treze

Mais um fim de semana que passou seco, cinzento. Numa tentativa de o passar bem, encontrei poucos momentos iluminados, no entanto agarrei-me a eles o melhor que pude. E depois, como senão bastasse, fui revistar textos meus, na tentativa de conseguir ganhar um concurso literário...reencontrei textos que me fizeram estancar, em todo o meu corpo, menos nos olhos...algo se formou. Fechei os olhos e mudei de texto. Mas apareceu outro...e outro. Deviam ser uns quatro ou cinco...E outros poucos que reafirmavam o meu medo de estar errado. Depois de tanto céu, aqui estou no inferno, o inferno que todos "previam" não acontecer, mas parece que apareceu de facto. Afinal, está certo, para mal da minha pessoa. Não existe mal em temer-se estar-se errado...a menos que se esteja mesmo. Às vezes odeio-me. Por essas e por outras coisas. Mas tenho saudades da pessoa que era quando os escrevi, porque nessa altura não passava de medo, agora vivo-o. Nessa altura não passava de medo e eu era feliz, a descobrir aos poucos, ao deixar-me ir, a receber quem se deixava vir. Agora sobra um vazio. Agora sobra nada. Agora não sei que fazer, e esperar, apesar de dotado de paciência, enerva-me. Custa-me. E quero. Mas nada acontece. E quando o sonho dá lugar à mágoa então sabemos que estamos numa encruzilhada muito mas muito desagradável. Não o desejo a ninguém.

1 comentário:

Joana disse...

Triste, melancólico, retrato do fim de semana cinzento que passou? Ou talvez tenha estado sol, mas o teu estado de espírito não te permitiu brilhar como ele...
Há dias assim, em que a única coisa que conseguimos fazer é reviver algo passado,desde memórias, a fotografias, textos antigos ou livros. Mesmo assim, já é muito.
Gostei, apesar de me ter mostrado uma fase triste de mim própria, que me tem assombrado ultimamente.
«Depois de tanto céu, aqui estou no inferno, o inferno que todos "previam" não acontecer, mas parece que apareceu de facto» (: