domingo, 16 de maio de 2010

Trinta e dois

Há coisas que nunca mudam...e outras transformam-se...Existem coisas que toleramos, outras adoramos, outras: odiamos. É a vida não é? Não...mas pode ser. Não me interessa. Têm me dito que ando a escrever que nem um doudo...confirmo. Na falta daquilo que preciso tenho de encontrar alternativas. Como é lógico as alternativas regra geral são piores, mas não quer dizer que não bastem...(Mas não, neste caso não me bastam...mas que posso fazer? Entregar-me?) Por isso vou escrevendo...mais e mais, para atenuar isto, e escrevo mais e mais, para ir adormecendo tudo isto. A minha irmã disse-me certo dia, para chorar tudo de uma vez. A frase é mais sensata do que parece. As pessoas às vezes pensam que dão a volta à sua maneira...mas é tudo uma ilusão. Mas também se pode dar o caso fortuito de chegarmos à conclusão que a dor é uma ilusão (Tool). Por isso tenho escrito, que nem um doudo, sempre que posso. E tem servido, principalmente para passar o tempo de forma pelo menos mais produtiva. Vou chegar a algum lado assim? Boa pergunta. Sempre disse aos outros para agarrarem as laranjas nas suas vidas e tirarem delas todo o sumo, saborear a vida, agarrar a vida, sentir a vida, sentir os outros, agarrar cada oportunidade com afinco. E eu? Eu escrevo...a minha metamorfose tarda em se dar. Eu quero evoluir, mas estou estagnado, preciso de criar um alter ego, talvez...quem sabe. Mas não queria. Queria ser eu, eu mesmo, aquele que sou e como sou, a dizer: basta. Bastem-me. Eu basto-me.
Por isso, vou escrevendo...escrevo tanto que me hei-de cansar de mim próprio! Das minhas reflexões, das minhas certezas, das minhas dúvidas. Vou chegar a um ponto que desisto de viver desta forma. Mas a escrita é como a minha família e amigos, esteve sempre comigo, nunca me deixou, e eu, mal ou bem estando, nunca a abandonei. Preciso de escrever. Mas não é pela razão de muitos: falta de coragem para dizer, pela boca fora, com os olhos olhando directamente outros, ou não...Não se trata disso. Eu talvez escreve para dar mais atenção aquilo que digo (depois de ter pensado).
Mas a escrita não me basta...não me basta tão pouco. E se vou escrevendo é da maneira que me vou mantendo vivo. Porque a minha escrita será sempre a injecção para acalmar ou para reavivar a chama...
Neste momento não sei que mais pensar ou fazer, porque o que vou fazendo ou pensando são momentos pouco nítidos, que precisam de mais...qualquer coisa.
Foi preciso ter engolido um pequeno copo, muito pequeno de absinto para ter a certeza que a paz mundial estava dentro de mim. É cómico de facto, mas não deixa de ser triste. Preciso de escrever mais e cada vez mais, até toda a inspiração desaparecer. Eu sei que não é disto que preciso, mas de momento, é tudo o que tenho.

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