sábado, 22 de maio de 2010

Trinta e quatro

Hoje fui correr. Devido ao vento e ao sol consegui inalar e sentir mais do que o normal o cheiro do verde que me envolvia. Senti-me na terra da minha avó. Senti-me num lugar puro. Puro e saudável. Gostei. É triste chegar à conclusão que a melhor parte do dia, e a mais útil, é correr durante vinte minutos. Enquanto corro vou pensando na minha vida. Na forma como as coisas aconteceram e acontecem, o porquê das coisas. A vantagem de fazer isto enquanto corro é que posso sempre esforçar-me ainda mais na corrida se o assunto me estiver a incomodar. Se estiver a doer. É um escape maravilhoso. Enquanto corro vou pensando e dando o meu melhor, pelo menos nesse aspecto. Canso-me, levo-me aos limites do meu ser. Maravilhoso. Eu puxei por mim um pouco mais do que o normal...estive para parar umas três vezes. E parei? Não. Porque naquele momento senti que não tinha de parar por muito que pensasse que queria. E a verdade é que aguentei um bom tempo extra...Porque pensei então que deveria parar? Não sei. A mente talvez nos engane...ou o corpo. E isto acontece muitas vezes na nossa vida. Pensamos algo, e pensamos nisso com tanta certeza, que possivelmente...paramos. Mal sabíamos nós que ainda dava para continuar. E quem sabe para sempre? É claro que isto não se aplica na corrida de hoje, nem em nenhuma, seja em que dia for, porque é impossível correr para sempre, mas a realidade é que consegui muito mais do que aquilo que pensava e sentia conseguir.
No dia de hoje, enquanto corria, limitei-me essencialmente a ouvir Nirvana. E foi bom matar saudades. Às vezes esquecemos coisas que foram importantes para nós...assim do nada. Mas abracei-os, e ouvi-os como se fosse a primeira vez, de forma atenta. E ajudou-me.
Eu posso sentir que é a altura de descansar, mas sei também que ainda posso correr mais um pouco...

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